Ação da PM impede invasão do MST em fazenda de Tereza Cristina

Invasores foram presos por crimes contra direito de propriedade

30/04/2023 às 17:00 atualizado por Valdecir Cremon - SBA | Siga-nos no Google News
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Uma rápida atuação da Polícia Militar frustrou, neste domingo (30), uma tentativa de invasão de uma fazenda da família da senadora Tereza Cristina Corrêa Dias (PP), ex-ministra de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, em Terenos, a 25 quilômetros da capital Campo Grande (MS). 

A ação ocorreu no final da manhã, menos de 10 horas depois da invasão por cerca de 20 pessoas ligadas ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).

Duas pessoas foram detidas pela PM - uma mulher que seria a líder da invasão e um homem que teria cortado árvores nativas da fazenda Santa Eliza..

Segundo o advogado Brenner Dietrich Espíndola, a propriedade tem aproximadamente 1,3 mil hectares e é “totalmente produtiva”, inclusive com uma área de confinamento arrendada ao Grupo JBS, e outras cedidas a produtores de grãos. 

“Eles entraram na área de reserva legal da propriedade e fincaram uma bandeira do MST”, contou o advogado, ao confirmar que ações judiciais de responsabilização serão movidas contra os invasores.

Em nota, a assessoria da senadora confirmou a invasão e o resultado da ação da PM.

"Na madrugada deste domingo (30), um pequeno grupo de invasores sem-terra tentou ocupar a fazenda da família da senadora Tereza Cristina (PP-MS), localizada em Terenos (MS), a 25km de Campo Grande. Eles se retiraram ainda pela manhã, pacificamente, após intervenção da Polícia Militar.

Assessoria de Imprensa
Senadora Tereza Cristina"

Pela internet, o comando do MST negou que tenha promovido a invasão e repudiou a tentativa de ligar o nome do movimento ao caso. "Ainda que seja figura proeminente do agronegócio e tenha em seu histórico a condução do Ministério da Agricultura durante o governo Bolsonaro, o MST não organizou nem apoiou nenhuma ação em latifúndios da senadora", diz trecho de postagem feita no início da noite de domingo. 

Outros casos

O MST já invadiu e causou prejuízos a mais de 40 proprietários ruraus, em vários estados, neste ano - mais do que em quatro anos do governo de Jair Bolsonaro (PL). Não houve prisões nem ações do Poder Judiciário contra os invasores, especialmente no período em que o movimernto negocia cargos no governo do presidente Luiz Inádio Lula da Silva (PT), apesar de manifestações contrárias do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD). 

Além de fazendas de produtores de grãos e pecuaristas, o MST também invadiu duas fazendas de eucalipto da empresa Suzano e um fazenda de pesquisas da Embrapa - nesta, com perdas de materiais de pesquisa e ameaça a espécies vegetais e animais em ameaça de extinção. 

As áreas foram desocupadas, no final de abril, após o governo Lula atender exigências do MST para a nomeação de membros do movimento em cargos do Incra (Instituto de Colonização e Reforma Agrária) em 20 estados. A FPA (Frente Parlamentar Agropecuária) e a CNA (Confereação Nacional da Agropecuária) condenaram as nomeações.

Nesta semana devem ser conhecidos os membros de uma CPI criada na Câmara dos Deputados para a investigação de atos praticados pelo MST. O deputado Ricardo Salles (PL/SP) denuncia que as invasões "recebem tratamento diferenciado" do Poder Judiciário, com complascência, em comparação às acusações contra pessoas que invadiram prédios do governo federtal, Congresso e o STF (Supremo Tribunal de Federal), em Brasília (DF), dia 8 de janeiro. 

Mais de 1.400 pessoas estão sendo investigadas e denunciadas por diversos crimes - grande parte delas não participou das invasões, segundo Salles. "Estavam em frente ao Quartel General do Exército e foram levdas para a prisão em ônibus, em situação totalmente ilegal, e podem ser condenadas. Um tratamento que não se vê em relação ao MST", afirmou.

Crimes

O deputado federal Rodolfo Nogueira (PL/MS), membro da FPA, considerou a invasão da fazenda de Tereza Cristina "um absurdo".

"É mais uma invasão criminosa praticada por essa gente. Isso é crime e os invasores terão que ser responsabilizados. Minha solidariedade à senadora. Vou pedir para que se abra uma investigação dentro da CPI das invasões para saber se esse ato foi programado e articulado por alguém ligado a um  partido político, com objetivo de ameaçar, amedrontar ou até mesmo silenciar a voz da senadora que defende o agronegócio em Brasília”, disse Nogueira. 

“Não vamos permitir que bandidos a mando de não sei quem, façam este tipo de pressão no parlamento. É notável que esse governo estabeleceu o agro como inimigo número 1 e para isso estão fazendo de tudo para destruir o seguimento mais importante de nosso país, pois além de colocar comida na mesa da população, responde por 30% do PIB fomentando a agroindústria e o comércio pelo Brasil a fora”, finalizou Nogueira.

 


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