Jorge Zaidan analisa suspensão das exportações de carne bovina para a China

Comentário faz referência à confirmação do caso de ‘vaca louca’ no Pará

23/02/2023 às 12:05 atualizado por Daniel Catuver e Jorge Zaidan - SBA | Siga-nos no Google News
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Foto: Daniel Catuver/Canal do Boi

O Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária) divulgou, ontem à noite, nota em que confirma um caso de encefalopatia espongiforme bovina (mal da “vaca louca”) em uma pequena propriedade no município de Marabá, no Pará. No comunicado, o órgão informa que tem adotado as providências governamentais para o mercado de carnes brasileiras, dentre elas, a suspensão das exportações de carne bovina para a China.

O comunicado do Ministério da Agricultura não é esclarecedor. O texto fala que o órgão confirma um caso de “vaca louca”, mas não acrescenta como se deu a confirmação, nem se o caso confirmado é clássico ou atípico. Há muita diferença entre eles. O clássico representa riscos a quem consome a carne do animal doente. No caso atípico, que ocorre de forma espontânea em animais mais velhos, não há riscos para o homem.

Mais para frente, no comunicado, o texto fala que já informou à OMSA (Organização Mundial de Saúde Animal) e as amostras foram enviadas para o laboratório da organização em Alberta, no Canadá, que poderá confirmar se o caso é atípico.

A nota de ontem também informa que os procedimentos legais foram adotados, dentre eles, a interrupção das vendas de carne bovina aos chineses. A partir de agora, o setor pecuário aguarda o resultado da contraprova, caso atípico ou não, e, principalmente, espera uma boa negociação entre os governos brasileiro e chinês para que a suspensão dure pouco tempo.

"Como se sabe, após a certificação da não gravidade do caso, caberá aos chineses, e não ao Brasil, decidirem pela retomada das compras."

Em setembro de 2021, suspeitas de casos clássicos da doença, em Mato Grosso e Minas Gerais, foram descartados, cenário que, em princípio, seria suficiente para o imediato retorno do comércio. Mas, ao contrário, a volta das importações demorou três meses, e quando os chineses decidiram retomar o comércio, o mercado estava desabastecido do chamado “boi China”, um animal pronto para abate, com até 30 meses de idade.

Por causa da queda abrupta e radical nos preços da arroba, orquestrada pela indústria frigorífica, e, ainda, sem as bonificações, o pecuarista ficou desmotivado a produzir o boi demandado pelo importador. Valeu, então, a lei de mercado: maior demanda e menor oferta geram alta nos preços.

No início de 2022, após o restabelecimento das importações, a arroba subiu na mesma velocidade da queda verificada meses antes. Em março, o indicador de boi gordo do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) chegou a marcar cerca de R$ 345 por arroba.

 


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