Foto: Cláudio Neves
As exportações de produtos do agronegócio brasileiro ultrapassaram, pela primeira vez na história, a marca de US$ 10 bilhões para meses de janeiro. Segundo dados do Ministério da Agricultura e Pecuária, no mês passado o segmento vendeu ao exterior US$ 10,23 bilhões, número que representa um crescimento de 16,5% em relação ao mesmo período do ano passado e o melhor resultado da história para o mês.
De acordo com o levantamento, no início de 2023, o agronegócio respondeu por 44,4% das exportações brasileiras e tornou-se o valor recorde devido ao aumento de 10,5% nos preços de exportação e de 5,5% da quantidade embarcada.
Já as importações do segmento totalizaram US$ 1,54 bilhão, 38,3% a mais do que foi registrado em janeiro de 2022 (US$ 1,12 bilhão). O valor compreende apenas alimentos, não insumos utilizados na produção agropecuária, como fertilizantes, defensivos, peças e equipamentos.
Destaques
Conforme apontam os números, o maior destaque no recorde de exportações foi o milho, cujas vendas externas somaram US$ 1,8 bilhão, alta de 166,4%. O volume exportado correspondeu a 6,2 milhões de toneladas, o que também é um recorde para meses de janeiro.
Para o ministério, alguns dos fatores que influenciaram o resultado foram o ritmo lento da colheita de soja, que viabilizou a logística de transporte para o cereal; a continuidade do conflito na Ucrânia, que reduziu a produção de um importante fornecedor mundial de milho; e a demanda da China, a partir da autorização para comercialização em novembro do ano passado.
No caso das vendas de carne (bovina, suína e de frango) para o exterior também houve recorde, já que a receita alcançada ficou em, aproximadamente, US$ 2 bilhões. As exportações de frango aumentaram devido à gripe aviária em outras regiões do planeta, o que aumentou a quantidade embarcada pelo Brasil, que é considerada zona livre da doença. Além disso, a demanda chinesa por carne continuou alta, influenciada pelas comemorações do ano-novo lunar no país asiático.
Outro produto que teve suas vendas ampliadas foi o açúcar, com faturamento de US$ 870 milhões, alta de 68% em relação a janeiro do ano passado. Os principais destinos foram Argélia, Nigéria, Marrocos, Egito e China.
Atraso na colheita
Não fosse a soja, o desempenho da balança comercial do agronegócio brasileiro poderia ser melhor. Segundo o Mapa, o complexo soja, que inclui grãos, farelo e óleo, exportou US$ 1,5 bilhão, número que corresponde a um recuo de 26,6%. Em relação aos grãos, o volume embarcado caiu 66% na comparação com janeiro do ano passado.
O volume de chuvas atrasou a colheita nas principais regiões produtoras. Mesmo assim, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) estima uma produção recorde de 152,9 milhões de toneladas do grão.
Com informações do Mapa