Conab: Safra de grãos deve atingir 310,6 milhões de toneladas

Levantamento mostra que condições climáticas adversas refletiram no desenvolvimento e produtividade das lavouras no Sul do país

08/02/2023 às 10:50 atualizado por Daniel Catuver - SBA | Siga-nos no Google News
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Foto: Arquivo/Canal do Boi

Apesar do clima adverso registrado durante o desenvolvimento da primeira safra, principalmente no Rio Grande do Sul, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) estima que a produção de grãos na temporada 2022/23 deve atingir 310,6 milhões de toneladas. A nova projeção, divulgada nesta quarta-feira (8), aponta para um incremento de 38,2 milhões de toneladas em relação à temporada anterior. Na comparação com o volume divulgado no mês passado, o resultado corresponde a um ajuste de 0,1%.

As condições climáticas diferentes em cada região produtora influenciaram no desempenho e na colheita, conforme explica o presidente da companhia, Guilherme Ribeiro. “O início da colheita de milho e soja no estado gaúcho confirmam as previsões de queda de produtividade acentuada devido às baixas precipitações ocorridas durante o ciclo da cultura no estado. Por outro lado, o desempenho das lavouras no Centro-Oeste foi beneficiado pelo clima favorável. Em Mato Grosso as produtividades obtidas para a soja, por exemplo, têm sido superiores às previstas”, comenta.

Imagem: Arquivo/Canal do Boi

A soja, principal grão cultivado, deve atingir uma produção de aproximadamente 152,9 milhões de toneladas. Segundo o levantamento da Conab, o plantio foi praticamente finalizado e a colheita da safra 2022/2023 já começou em diversas regiões do país. No entanto, o ritmo ainda é lento com apenas 8,9% da área colhida em todo o Brasil, atrás dos 16,8% registrados na safra passada. Mato Grosso lidera o avanço, com 25,6% de sua área colhida. Mas as chuvas volumosas que atingiram o estado atrasaram os trabalhos de colheita se comparado com a última safra que, na mesma época, registrou 42,1%.

No caso do milho, as chuvas também atrasam o início do plantio da 2ª safra, registrando apenas 10,7% de área plantada. Ainda assim, a previsão é de um aumento tanto na área quanto na produtividade, o que deve resultar numa colheita na 2ª safra de 95 milhões de toneladas, volume que corresponde a uma variação positiva de 10,6%. Já na 1ª safra do cereal, o incremento estimado na produção é de 5,7% em relação ao volume obtido na safra 2021/22, podendo chegar a 26,5 milhões de toneladas. Os ganhos só não são maiores devido aos problemas climáticos do Rio Grande do Sul.

Outras culturas

De acordo com o 5º Levantamento da Safra de Grãos 2022/23, a produtividade obtida nas lavouras de feijão 1ª safra compensou a menor área cultivada. Com isso, a produção dos três tipos da leguminosa está estimada em 994,2 mil toneladas. O plantio da 2ª safra do grão iniciou nos estados de Santa Catarina e Paraná, e a semeadura da 3ª deve começar no final de abril. Assim, a produção total de feijão deve continuar estável em relação ao ciclo passado, próximo a 3 milhões de toneladas. 

Já no caso do arroz, o volume foi reajustado em razão dos impactos do clima nas lavouras gaúchas, que refletem na produtividade da cultura, e pode chegar a 10,2 milhões de toneladas.

Para o algodão, a expectativa é que sejam produzidos 3 milhões de toneladas apenas da pluma, alta de 19,2%. Se confirmado o resultado, a colheita retorna ao patamar de volume produzido antes do período da pandemia.

No caso do trigo, também houve ajuste na produção da safra de 2022 após a conclusão do levantamento objetivo de produtividade da cultura. A nova estimativa para a colheita do cereal é de 10,6 milhões de toneladas, volume 37,4% maior em relação à safra de 2021.

Foto: Divulgação/Conab

Mercado

De acordo com o acompanhamento de mercado da Conab, as exportações de milho na safra 2021/22 bateram recorde e fecharam em, aproximadamente, 47 milhões de

toneladas. Com relação aos dados da temporada 2022/23, os estoques iniciais foram ajustados para um volume em torno de 7,9 milhões de toneladas, com base na atualização dos números de produção de carnes do IBGE, uma vez que possuem influência significativa na demanda nacional do cereal.

Para a soja, as estimativas seguem relativamente estáveis na comparação com o último levantamento. A atualização no quadro de suprimentos da oleaginosa ocorre nos estoques finais esperados para o atual ciclo, com uma pequena elevação de 130 mil toneladas motivada pela revisão na estimativa de colheita do grão.

A Conab também aumentou os estoques finais de trigo para 1,58 milhão de toneladas, após o reajuste no volume colhido na última safra. No caso do feijão, os estoques de passagem da safra 2022/23 estão projetados em 306,4 mil toneladas. Para o arroz, estima-se uma redução do consumo nacional para 10,6 milhões de toneladas na atual safra, contra 10,8 milhões de toneladas no ciclo passado, em razão da perspectiva de recuperação econômica. 

Com informações da Conab


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