Alta demanda e baixa oferta de veículos encarece frete em Minas

Início da colheita de soja em Goiás pode aumentar a procura pelo serviço nos próximos dias

25/01/2023 às 10:49 atualizado por Daniel Catuver - SBA | Siga-nos no Google News
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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Em dezembro do ano passado, a oferta de veículos para transporte de cargas em Minas Gerais foi inferior à demanda necessária, o que resultou na pressão do valor do frete para cima, seguindo o mesmo movimento observado em novembro. Consequentemente, segundo o Boletim Logístico da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), houve elevação de preços em algumas praças, principalmente para aqueles clientes que detêm lotes com maiores volumes.

Entre os fatores que influenciam o mercado estão a necessidade de espaço de armazenamento para a safra 2022/2023, as boas cotações da soja e milho nos mercados interno e externo e a incerteza em relação ao dólar frente ao real.

Em Tocantins, os preços praticados no mês passado atingiram R$ 50 por tonelada, considerando os valores contratados diretamente com as transportadoras. A baixa procura pelo serviço provocou queda de 8% nos preços em relação ao mês anterior. Boa parte dos contratos fechados foram para o transporte interno do milho em grãos. A colheita da soja está prevista para o início de fevereiro e o cenário é de redução de preços, por conta da demanda. A maior queda registrada nos fretes em dezembro foi de 38% nos trechos de Campos Lindos, com destino à Araguaína (TO) e Porto Franco (MA). No estado ainda tem muito milho estocado em silos bolsas, mas os produtores têm freado a comercialização no aguardo de melhores preços.

Ainda segundo a Conab, os preços do frete nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul mantiveram patamares semelhantes ao mês anterior. Já no Distrito Federal, o período atual é marcado pela entressafra, razão pela qual o mercado continua desaquecido, justificando as quedas nos preços rodoviários, com os volumes de embarques nos períodos fracos comparados aos dos meses anteriores. O clima mais chuvoso na região também é outro fator que limita embarques de grãos.

Foto: Pixabay

Em Goiás, a demanda está normal para a época, e a expectativa gira em torno do aparecimento de uma boa oferta de fretes e caminhões para os próximos 20 dias, quando se inicia a colheita da soja na região. Além disso, foi identificada uma preocupação no setor quanto à falta de caminhões disponíveis para o período que se aproxima, uma vez que a demanda por transportes na colheita se sobrepõe à demanda por transportes de insumos para a segunda safra de milho. Outro fator que preocupa tanto os produtores quanto os transportadores da região de Rio Verde é o atual período chuvoso, que coincide com a colheita da soja. No trecho entre Bom Jesus de Goiás e Araguari (MG) o preço do frete chegou a cair 69%.

No Paraná, a demanda por fretes aumentou muito em função da combinação entre os acréscimos no transporte do milho e a coincidência da redução na oferta de caminhões, devido às comemorações de final de ano e da migração para outras regiões, como o caso de Guaíra. No trecho que liga Campo Mourão, Cascavel e Ponta Grossa ao porto de Paranaguá foi observado aumento de 25% no preço do serviço em relação ao mês anterior.

No Nordeste, as cotações do período na Bahia apresentaram tendências variando de estabilidade à queda, sinalizando o efeito da oscilação de demanda de transporte e a baixa oferta de serviço, conforme a região produtora do estado. No trecho baiano do Sealba há equilíbrio entre a oferta e demanda de transporte de milho e hortifrutis e as cotações apresentam-se estáveis. No extremo oeste, houve queda nos preços, pressionados pela redução da demanda devido à queda dos estoques da safra anterior. Já no Piauí, o mercado de fretes em dezembro continuou com poucas movimentações. O fato pode ser explicado, principalmente, pela diminuição dos estoques. A tendência é esperada para o período.

Com informações da Conab


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