Mapa anuncia volta da exportação de carne bovina para a China

Anúncio ocorre quatro meses depois da suspensão dos embarques

15/12/2021 às 08:23 atualizado por Valdecir Cremon - SBA | Siga-nos no Google News
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O Ministério da Agricultura anunciou, nesta quarta-feira (15), que recebeu a informação de que a China derrubou o embargo à carne bovina brasileira. A assessoria de imprensa do ministério afirmou não ter detalhes da decisão do governo chinês, mas especificou que foi informada de que as exportações ao país asiático voltaram ao normal, com a certificação e embarque da proteína animal. 

O embargo à carne brasileira causou impactos no setor agropecuário, já que a China é o principal mercado da carne brasileira. 

No início de setembro, o Brasil suspendeu voluntariamente os embarques aos chineses, por causa de dois casos atípicos do "mal da vaca louca", identificados em frigoríficos de Nova Canaã do Norte (MT) e de Belo Horizonte (MG). Após isso, apenas contêineres que já haviam saído do Brasil puderam ser descarregados na China.

>>> Mapa confirma casos de 'vaca louca' em MT e MG

>>> Vaca louca: OIE conclui investigações e mantém Brasil com risco insignificante

As negociações Brasil-China são baseadas em regras da OIE (Organização Mundial de Saúde Animal), responsável pela investigação dos casos por um laboratório internacional, no Canadá.

O Brasil é o maior vendedor de carne bovina para a China. No pico das vendas, entre o ano passado e até setembro de 2021, as vendas de proteína animal do Brasil chegaram 40% de todas as compras chinesas. 

Suspensão
A suspensão das exportações de carne bovina para a China aconteceu em 4 de setembro deste ano, após dois registros atípicos de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), conhecida como “mal da vaca louca”, em Minas Gerais e Mato Grosso. 

A interrupção dos envios ao país asiático ocorreu de forma voluntária pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em cumprimento ao acordo fitossanitário entre as duas nações.

A EEB possui duas formas: a clássica, contraída por via alimentar, como no consumo de ração contaminada por farinha de carne/osso, proveniente de outros bovinos afetados. No ser humano, a infecção ocorre pela ingestão de produtos oriundos de bovinos infectados pela doença. O Brasil nunca registrou casos da forma clássica da doença.

A forma atípica da enfermidade é manifestada em animais mais velhos, geralmente, acima dos 11 anos de idade e surge de forma voluntária (sem infecção prévia) e não está ligada ao consumo de alimentos. 

>>> China libera entrada de carne bovina brasileira certificada antes de 4 de setembro

Em 6 de setembro, a Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) concluiu as investigações sobre os dois casos atípicos da EBB e manteve o Brasil com o status de risco insignificante para a doença. Os casos foram concluídos por não representarem risco para a cadeia de produção bovina do país. 

A suspensão dos embarques para a China completaram 102 dias nesta quarta-feira (15). De acordo com levantamento da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), após o recorde de volume e receita nas exportações de carne bovina em setembro, o desempenho caiu nos meses seguintes, influenciado pela paralisação de vendas ao país asiático. 

Diante deste cenário, os Estados Unidos passaram a liderar as compras de carne bovina brasileira no mês passado. 

A Administração Geral de Alfândegas da China autorizou, em 23 de novembro, a entrada de carne bovina brasileira que estava nos portos chineses e tinha certificado sanitário emitido antes de 4 de setembro deste ano.

Nesta semana, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina Correa Dias, disse ao Canal do Boi que a pasta não tinha como definir uma data para o retorno das exportações, uma vez que aguardava a decisão dos chineses. 
 

 


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