Segunda-feira começa sem bloqueio de caminhoneiros nas estradas

Recuo está ligado às decisões liminares conseguidas pelo governo federal contra os bloqueios nas rodovias

01/11/2021 às 10:17 atualizado por Thalya Godoy - SBA | Siga-nos no Google News
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A greve dos caminhoneiros marcada para hoje caso o governo federal não atendesse a pauta de reivindicações da categoria até esta manhã não reúne grande adesão pelo país.

Em nota divulgada às 09h, o governo informou que não havia bloqueios parciais ou totais nas rodovias federais. 

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) relatou às 07h dois pontos de concentração de caminhoneiros nos estados de Rio de Janeiro e Goiás: às margens da BR-116/RJ (Dutra), na altura da Rodoviária de Barra Mansa/RJ; e às margens da BR-153/GO, próximo a Goiânia. 

Na BR-116/CE, em Itaitinga, e na BR-101/RJ, em Rio Bonito, os pontos de concentração foram dispersados.

Portos continuam operando normalmente e não foi registrada ocorrência em centros de distribuição de combustíveis. 

De acordo com informações da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL), os caminhoneiros autônomos de Ijuí (RS) estão parados desde as 6h desta segunda-feira (1º). 

A paralisação acontece no entroncamento da BR 285 com a ERS-342, segundo maior entroncamento do estado.

“Esse trajeto não está rodando, diariamente rodam sete mil veículos. A coisa pegou porque não dá mais para suportar. Os caminhões que ainda rodam em sua minoria são convidados a aderirem ao nosso movimento de forma democrática”, disse em vídeo o caminhoneiro autônomo e diretor da CNTTL, Carlos Alberto Litti Dahmer.

O recuo da greve dos caminhoneiros marcada para hoje está ligado às 29 decisões liminares conseguidas pelo governo federal contra os bloqueios das rodovias, com multas que podem chegar a R$ 300 mil por dia.

A classe se organiza para derrubar as decisões para realizar as paralisações. Também há possibilidade de marcarem uma nova data para a greve. 

Reivindicações
A greve dos caminhoneiros marcada para esta segunda-feira (01º) foi definida em reunião no dia 16 de outubro, no Rio de Janeiro, entre associações da classe. Os bloqueios nas rodovias aconteceriam caso o governo federal não atendesse as reivindicações.

Entre os pedidos está a revisão da política de preços da Petrobras sobre os combustíveis, aposentadoria especial aos 25 anos de contribuição do INSS e pela constitucionalidade do piso mínimo do frete.

Em 21 de outubro, o presidente Jair Bolsonaro prometeu um “auxílio-diesel” de R$ 400 aos caminhoneiros, sem dizer qual seria a fonte de custeio do beneficio que seria destinado a 750 mil caminhoneiros autônomos. 

No dia seguinte, a CNTTL (uma das entidades a frente da organização da greve) se manifestou em repúdio ao auxílio, pois não resolveria a causa do problema nos preços dos combustíveis. 

“Em vez de tratar a causa, quer tratar o efeito colateral dela. É preciso extirpar o mal dessa política errada da Petrobras que começou no governo Temer e segue no governo Bolsonaro”, afirmou na época o diretor da CNTTL, Carlos Alberto Litti Dahmer.

Confira abaixo a pauta de reivindicações dos caminhoneiros:

  • Redução do preço do diesel e revisão da política de preços da Petrobras, conhecida como Preço de Paridade de Importação (PPI);
  • Constitucionalidade do Piso Mínimo de Frete;
  • Retorno da Aposentadoria Especial com 25 anos de contribuição ao INSS e a inclusão do desconto do INSS pago pelo caminhoneiro (PL2574/2021) na Lei do Documento de Transporte Eletrônico;
  •  Aprovação do novo Marco Regulatório do Transporte Rodoviário de Cargas (PLC 75/2018);
  • Aperfeiçoamentos na proposta do Voto em trânsito no Senado.
  • Melhoria e criação de Pontos de Parada e Descanso (Lei 13.103/2015) entre outras medidas.

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