SC terá volume recorde na safra 2019/2020 de soja

Estimativa é de que a produção seja de 2,5 milhões de toneladas

27/12/2019 às 17:30 atualizado por Rafaela Flôr* - SBA | Siga-nos no Google News
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O clima tem colaborado até o momento e a estimativa é de safra recorde de soja em Santa Catarina, de acordo com os números divulgados recentemente no Boletim Agropecuário do Centro de Socieconomia e Planejamento Agrícola da Epagri (Cepa/Epagri).

A estimativa é de que a safra 2019/2020 tenha uma produção de 2,5 milhões de toneladas, volume 6,2% superior aos 2,35 milhões de toneladas da safra 2018/2019. Esse volume também deve superar a safra 2017/2018, de 2,48 milhões de toneladas.

De acordo com o doutor em Agronomia e analista de milho e soja do Cepa/Epagri, Haroldo Tavares Elias, um dos motivos para essa estimativa de crescimento são o aumento de área, que vai passar de 670 mil hectares para 686 mil hectares, num acréscimo de 2,4%. Outro motivo é o clima favorável, que propicia uma melhora na produtividade, passando de 3,5 mil quilos por hectare para 3,6 mil quilos, num aumento de 3,7%.

Nos últimos anos a soja tem ampliado a área, principalmente sobre as áreas de milho. Mas também há um aumento no cultivo de segunda safra, depois de lavouras de milho, principalmente de silagem. Dados do Cepa/Epagri preveem pelo menos 30 mil hectares de soja safrinha no Oeste.

O agricultor Flávio Fonseca, de Chapecó, manteve neste ano os mesmos 400 hectares semeados no ano anterior, mas tem previsão de aumentar a produtividade, de 75 sacas por hectare, para 80 sacas por hectare. "Está bem tranquilo. Se continuar chovendo assim nós vamos produzir mais. A gente tem que ser otimista. A safra precisa ser boa para compensar o aumento no custo da lavoura, que chega a 20%.  O adubo aumentou de R$ 60 a saca para R$ 90. O custo da lavoura já chega a R$ 3 mil por hectare", disse o produtor.

O motivo é que o aumento do dólar, que na metade do ano estava entre R$ 3,70 e R$ 3,80 e no final do ano se manteve acima de R$ 4,00 , aumentou os custos de produção. Mas, pelo menos o dólar alto manteve o preço da saca de soja próximo dos R$ 80,00, em Chapecó, o que permite bom rendimento para o produtor.

O que preocupa é o acordo entre a China e os Estados Unidos, que foi anunciado mas ainda não assinado. Pelo acordo, os dois países devem dar uma trégua na guerra comercial, com retirada de algumas taxas. Isso permitirá aos Estados Unidos exportarem soja e suínos para os chineses a preços mais competitivos.

Em 2019 a China comprou mais carne do Brasil mas diminuiu a compra de soja, devido ao abate de milhares de suínos, como consequência da peste suína. De janeiro a novembro o Brasil exportou 87 milhões de toneladas, 9% a menos que as 95 milhões de toneladas do mesmo período do ano passado.

Com informações de Diário do Comércio.
*Texto supervisionado por Douglas Ferreira.


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