O resultado de pesquisas realizadas pela Embrapa Gado de Corte sobre produção sustentável de carne e baixa emissão de gases que provocam o efeito estufa geraram o protocolo Carne Carbono Neutro (CCN), em que a criação de gado é feita com a integração Pecuária-Floresta. Carnes produzidas sob os métodos da Embrapa deverão constar o selo CCN. Os protocolos correspondem às exigências dos consumidores preocupados com a metodologia de produção da carne.
A pesquisadora envolvida no projeto da Embrapa, Fabiana Villa Alves explica que a produção em espaços naturais são necessárias e é possível preservar o meio ambiente enquanto produz. "Iniciativas como a Carne Carbono Neutro, em sistemas de integração Lavoura-Pecuária-Floresta, nos deixa na vanguarda do mundo. Nós somos exemplo para o mundo tropical".
A área de produção integrada, no Brasil, é de 15 milhões de hectares. O sistema de integração LPF é considerado um dos mais sustentáveis e viáveis para a produção de carne. Para utilizar o selo da CCN, a produção deve seguir diretrizes específicas, como por exemplo ser obrigatório ter árvores no campo para que o metano emitido pelos animais seja resgatado e transformado em oxigênio, o que contribui para a diminuição do efeito estufa.
Possuir rastreabilidade também é necessário para aderir ao projeto da Embrapa, pois é uma das maneiras de garantir que a carne foi produzida nos parâmetros estabelecidos. Além de que o consumidor pode consultar a metodologia de produção da carne.
O coordenador de rastreabilidade da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) diz que garantir que as informações sobre a produção é importante para o consumidor. "Basicamente, essas informações vão chegar até o consumidor garatindo a ele que aquela produção realizada nos moldes da CCN teve o efeito da mitigação da emissão de carbono pelo rebanho".
*Texto com supervisão de Douglas Ferreira.