Metade das vacas emprenham no primeiro dia da estação de monta com IATF, afirma pesquisador

Investir em tecnologia na reprodução aumenta lucratividade

25/10/2019 às 14:39 atualizado por Rafaela Flôr - SBA | Siga-nos no Google News
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Durante o 4º Simpósio de Atualização da Veterinária (Simpav), que acontece nesta semana entre os dias 21 a 26, na Universidade Uniderp, em Campo Grande (MS), temas como tecnologia e reprodução foram abordados pelos palestrantes convidados. Segundo a organização do evento, o simpósio teve o total de 167 inscritos e 18 professores dando suporte.

O professor da Faculdade de Medicina Veterinária, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Gustavo Guerino Macedo apresentou a palestra "Tendências e tecnologias que aumentam a lucratividade". Em entrevista ao Portal SBA, o doutor em medicina veterinária destacou que a tecnologia na reprodução, por meio da inseminação artificial em tempo fixo (IATF), garante que metade das vacas emprenhem no primeiro dia da estação de monta. "Eu posso afirmar que, se a estação de monta anual é feita com touro, com uma IATF no começo da estação de e continuar com o touro, o produtor vai ganhar nove bezerros a mais a cada 100 vacas e conseguir com que os partos ocorram no primeiro dia da estação de parição".

Professor Gustavo Macedo em palestra.
(Foto: Rafaela Flôr)

Gustavo destaca que a estação de monta é importante para aumentar a lucratividade do produtor, em conjunto com o uso de tecnologias que auxiliam no monitoramento do gado e durante o processo de prenhez das fêmeas. "A tecnologia é essencial por vários motivos. Primeiro, sem estação de monta o produtor está perdendo dinheiro. Segundo, com a estação de monta há controle do gado. A tecnologia é usada em softwares de administração e sistema eletrônico de identificação  dos animais. E também poder trabalhar com a alimentação direcionada e ter animais com boa condição corpotal no começo da estação de monta; utilizar  suplementações, seja ela injetável ou no cocho; fazer uso de vacinas que garantem imunização dos animais contra doenças reprodutivas e que ajudam a inibir o aborto nas vacas".

O professor e especialista em reprodução, Marcelo Monteiro afirma que o investimento no sistema de IATF garante qualidade genética nos bezerros nascidos, que por sua vez gera ganhos ao produtor, seja na produção leiteira ou de gado de corte. "Terão bezerros nascendo com diferença de alguns dias, ou seja, com lote padrão e qualidade genética. Quando se introduz o IATF, nós temos a decisão de quando a vaca irá parir".

Marcelo explica que o mal manejo, a falta de conhecimento ao introduzir a prática, o erro na dosagem de hormônios e o período em que são aplicados são fatores que prejudicam o sucesso da técnica. "Na questão de erro na dosagem de hormônios pode, inclusive, fazer com que a vaca fique infértil caso a dosagem seja errada ou em momentos errados".

Na questão de IATF na produção de leite, Marcelo enfatiza que não há estação de monta, pois é melhor que o produtor tenha vacas lactantes em diversas épocas do ano. Diferente da produção corte. "A gente usa [estação de monta] não só para diminuir esse período, porque normalmente os produtores demoram de seis a dez meses na estação, então com a IATF conseguimos diminuir para três quatro meses, considerando algumas adaptações e com diversos lotes".

Texto supervisionado por Douglas Ferreira.


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