Embrapa cria duas novas alfaces tolerantes ao calor e a doenças comuns do cultivo

As novas alfaces foram criadas para auxiliar os produtores a atenderem a demanda de consumo

20/08/2019 às 15:15 atualizado por Redação - SBA | Siga-nos no Google News
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Pesquisadores da Embrapa Hortaliças desenvolveram duas novas alfaces geneticamente modificadas que são resistentes ao clima tropical do Brasil e a doenças de solo causadas por fungos comuns na produção. As alfaces são o resultado de pesquisas realizadas para apresentar ao setor cultivares que se adaptam às condições e mudanças climáticas.

O pesquisador e coordenador do programa de melhoramento genético de alface da Embrapa Hortaliças, Fábio Suinaga diz que  a tolerância ao calor favorece na produção, pois desacelera o crescimento indesejado das cultivares. " “Altas temperaturas antecipam o florescimento da alface e, nessa etapa, ocorre a produção de látex que vai conferir à planta um sabor amargo. Por tolerar melhor o calor, essas cultivares têm florescimento tardio”.

Essa característica também pode ser interessante do ponto de vista do escalonamento da produção, já que o mercado consumidor demanda o produto fresco durante todo o ano. “Quando comparada a cultivar de alface crespa mais plantada no Brasil, por exemplo, a cultivar BRS Leila resiste, em média, 10 dias mais ao calor antes de iniciar o florescimento”, afirma Suinaga.

A alface BRS Leila se adapta aos diferentes tipos de cultivo e mais indicada para ambiente protegido e produção hidropônica, por causa do formato cônico. Em sistemas hidropônicos ou cultivos protegidos, por exemplo, as temperaturas mais elevadas dentro das casas de vegetação favorecem o florescimento precoce, que limita a produção. Por isso, a cultivar apresenta bom desempenho nesses sistemas, justamente por sua maior tolerância ao calor.

Já a alface BRS Mediterrânea tem vigor no crescimento vegetativo e é sete dias mais precoce que as cultivares comerciais no mercado. Mesmo em condições de temperatura superior à faixa de temperatura ideal de cultivo, as plantas atingem o tamanho comercial desejável no momento da colheita. A precocidade também está associada à menor demanda hídrica da cultivar, que contribui para a sustentabilidade do sistema de produção, e à intensificação do uso da área, que antecipa a disponibilização do produto para o mercado consumidor e apresenta boa resistência à doença de solo causada pelo fungo Fusarium, que contribui para a menor necessidade de uso de agrotóxicos nos cultivos da alface, um benefício para o ambiente e para o consumidor.

Fonte: Embrapa


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