Cadeia produtiva do leite de MS comemora anúncio das exportações para a China

Estado pode ver reativado laticínio da Lactalis, em Terenos

24/07/2019 às 10:06 atualizado por Jorge Zaidan - SBA | Siga-nos no Google News
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A cadeia produtiva do leite de Mato Grosso do Sul comemora o anúncio de que a China vai importar lácteos do Brasil. A notícia foi divulgada nesta terça-feira (23) pela ministra da Agricultura Tereza Cristina, que passa a semana em sua terra natal, Campo Grande, durante recesso do trabalho no ministério.

A abertura do mercado chinês deve impulsionar a retomada da produção no estado e regular os preços para a indústria laticínia. A avaliação é da presidente do Silems (Sindicato das Indústrias de Laticínios de Mato Grosso do Sul), Milene Nantes.

O interesse dos chineses é pelo leite em pó, queijos e leite condensado.

A dirigente aponta que a medida deve aquecer a produção das indústrias da região Sudeste. Segundo ela, as vendas para a China aumentarão a demanda por leite. Mato Grosso do Sul está incluído entre os beneficiados. Milene Nantes disse acreditar que os produtores de MS serão mais bem remunerados. “A produção local de leite, que caiu bastante, será normalizada, beneficiando diretamente toda cadeia produtiva, os produtores, a indústria e o consumidor”, disse a sindicalista.

Tereza Cristina comemorou a decisão chinesa, acrescentando que a notícia vem em um momento de muita dificuldade para os mais de 1,2 milhão de produtores de leite no Brasi. O setor não se sustenta com os preços pagos pela indústria, e ainda convive com um mercado incerto, diante das importações de lácteos dos países do Mercosul. Acordos tarifários do Mercosul permitem que produtos como leite em pó e queijos entrem no Brasil a preços menores do que os do mercado interno, o que acaba prejudicando a concorrência. O produtor nacional tem que conviver com oscilação de preços e com altas frequentes no custo de produção.

A ministra adiantou que a melhora para o setor não será vista de imediato. No entanto, para ela, só o fato de haver o interesse comprador da China vai movimentar, de maniera positiva, os mercados aqui no Brasil.

Durante o anúncio, a titular da pasta da Agricultura comentou sobre a possibilidade de reabertura do laticínio Lactalis, em Terenos (MS), localizado a cerca de 60 quilômetros da capital. A indústria está desativada desde 2017. Em setembro daquele ano, a Lactalis – que havia sido adquirida em 2014 da BRF –encerrou as atividades, alegando falta de incentivos fiscais e a baixa oferta de matéria-prima.

Leite em MS

De acordo com a Fiems (Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul), o estado abriga 22 estabelecimentos processadores de leite. Outros 59 estão registrados na atividade “fabricação de laticínios”.

Em 2018, os laticínios do estado reduziram o processamento na comparação com 2017. Foram 104,4 milhões de litros de leite, 12% a menos do que os 118,5 milhões de litros processados no ano anterior, segundo o Radar Industrial da Fiems.

Segundo a federação, no primeiro trimestre deste ano foram processados 29,9 milhões de litros de leite pelos laticínios de MS, queda de 4% em relação ao mesmo período de 2018 (31,3 milhões de litros de leite).


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