Não é possível preservar ambiente onde há miséria, afirma ministra da Agricultura

Declaração está em entrevista ao jornal "Folha de S. Paulo" desta segunda-feira

22/07/2019 às 10:04 atualizado por Jorge Zaidan - SBA | Siga-nos no Google News
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Em entrevista ao jornal “Folha de S. Paulo”, publicada nesta segunda-feira(22), a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, afirmou que não é possível preserevar o meio ambiente onde há miséria. Ao jornalista Ricardo Della Colleta, a ministra defendeu que produtores rurais sejam recompensados pelas áreas que conservarem.

Segundo o jornal, Tereza Cristina reconhece que o Brasil tem uma imagem ruim no exterior sobre preservação ambiental e argumenta que muitas vezes o setor agrícola europeu usa isso como justificativa para proteger seus produtores rurais de mercadorias brasileiras. 

Ao ser questionada se a atual medição, plo Inpe, da taxa de desmatamento da Amazônia (57% maior do que a do mês anterior) não está correta, a ministra respondeu que “primeiro a gente tem que usar ciência, temos que ter dados concretos”. E não rebateu o dado do instituto, mas ressalvou: “a gente tem que analisar o dado frio”. Ela justificou que “é igual a estatística: se falar que tenho dois celulares e que perdi um, perdi 50%. Você tem que analisar esses dados e ver se o desmatamento foi em área que poderia ocorrer”.

Para a ministra, não é responsabilidade do governo de Jair Bolsonaro que o Brasil tenha imagem ruim no exterior, no aspecto ambiental. “Pode até ter piorado, mas nunca trabalhamos isso corretamente. Não vou culpar A, B ou C, mas precisamos mudar a imagem”.

A ministra lembrou que Código Florestal brasileiro é diferente para os vários biomas. “Na Amazônia, 80% das propriedades rurais têm que ser preservados e 20% podem ser desmatados. Essas lacunas que foram vistas são de desmatamento legal ou ilegal? Se for ilegal, temos que ir em cima, multar, tirar de lá, ver o que está acontecendo.” 

E defendu que o setor de produção de carnes na Europa tem medo do Brasil, “porque o Brasil é muito competitivo. Tem o lado da preocupação com a sustentabilidade e com o ambiente, mas também o comercial, do prejuízo que o produtor lá vai ter”.

 


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