Semana é marcada pela retomada de negócios e de preços do boi gordo

Pecuarista aprendeu mais sobre segurar o gado em casa

21/06/2019 às 10:08 atualizado por Jorge Zaidan - SBA | Siga-nos no Google News
:

O mercado do boi gordo fecha a semana com firmeza nos preços do boi gordo. Colaborou para este cenário o feriado de Corpus Christi, que deu ao período um dia a menos nas negociações entre indústria e pecuarista.

Durante a semana, indústrias em regiões diferentes do país foram obrigadas a pagar um pouco a mais pela arroba do gado gordo porque ficaram com estoques vazios, uma complicação para equilibrar as escalas de abate.

O período também foi marcado pelo retorno, a passos lentos, dos abates de bovinos nas principais regiões produtoras. Isso se deu após a liberação, no final da semana anterior, das exportações de carne para a China. Até então, a indústria havia feito propostas de compra injustas, com ofertas de pagamento de R$ 4,00, R$ 5,00 e até R$ 9,00 a menos pela arroba. A reação veio logo. O pecuarista que não tinha compromissos a honrar, segurou o gado em casa. Resultado: mercado frio, sem grandes movimentações e preços em baixa.

Após a volta dos chineses, as propostas de compra começaram a melhorar. O que se viu na semana não pode ser considerado “alta nos preços”, mas, sim, recupereação dos valores perdidos no recesso forçado das exportações.

Segundo o coordenador do Balizador do GPB (Grupo Pecuária Brasil), Luiz Zillo, muitos pecuaristas infomaram que as indústrias andaram pedindo boi. Foi um dos sinais do início da retomada dos negócios.

A chegada do inverno –e dos pastos mais secos– foi outro fator a desencadear o aumento da oferta de bois. O pecuarista, no entanto, mantém-se na resistência. Espera melhores dias ou só entrega quando precisa fazer caixa.

Vale destacar a declaração do Luiz Zillo feita ao Canal do Boi no início da semana: “Acredito que estamos em um momento ímpar, de transição, quando tivemos a grande oportunidade de aprender a ofertar ou só abater a conta gotas”.

Segundo a Scot Consultoria, as altas, nesta quarta-feira(19), ocorreram em oito praças pecuárias, distribuídas entre Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais e Pará. 

A maior valorização foi na região Sul de Goiás, onde a cotação do boi subiu R$2,00/@ na comparação ao registro do dia anterior. Explicação para a alta: as indústrias encontram dificuldade em adquirir matéria-prima e as escalas de abate atendem por volta de dois dias.

Em São Paulo, também praça de valorização, a oferta de boiadas está baixa, a maioria dos lotes disponíveis tem poucos animais e a média das escalas de abate está em torno de quatro dias, segundo a Scot.


Últimas Notícias