Preço do leite pago ao produtor perde um centavo em abril na comparação a março

O dado é do relatório mensal do Cepea

29/04/2019 às 17:43 atualizado por Jorge Zaidan - com informações do Cepea - SBA | Siga-nos no Google News
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O preço do leite pago ao produtor em abril (referente à captação em março) perdeu 0,92% na comparação com o do mês anterior e ficou, na média Brasil líquida, em R$ 1,49 por litro, um centavo a menos do que em março deste ano. O dado é do relatório mensal do Cepea-Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP, divulgado nesta segunda-feira (29).

A “média Brasil” é obtido nos principais centros produtores de leite no país

No primeiro trimestre do ano, houve alta real acumulada de 18,9%. Neste mês, o movimento de valorização perdeu força de março para abril. A alta real considera dados deflacionados pelo IPCA de março de 2019.

Segundo o Cepea, “as consecutivas elevações no preço ao produtor ao longo do primeiro trimestre estiveram atreladas à limitação da oferta no campo e à maior competição das indústrias para garantir a compra de matéria-prima”. A dificuldade das empresas em elevar os preços dos lácteos ao consumidor sem prejudicar seus shares limitou o movimento de valorização no campo em abril, diz o relatório.

O relatório aponta, também, que “para garantir liquidez no período, agentes de laticínios mudaram suas estratégias de processamento e trabalharam com a diminuição dos estoques, principalmente no caso do leite UHT”.

Veja, a seguir, mais, do relatório do Cepea.

O preço do UHT apresentou queda acumulada de 2,1% no atacado paulista em março. No caso da muçarela, houve desvalorização de 1,1% no acumulado de março. É importante lembrar que a formação do preço do leite ao produtor é diretamente influenciada pelo desempenho das vendas dos derivados no mês seguinte à captação.

No campo, a produção dentro da porteira continuou limitada em março, devido ao clima desfavorável. O Índice de Captação Leiteira do Cepea (ICAP-L) registrou queda de 1,6% na “Média Brasil” de fevereiro para março. As reduções mais expressivas foram observadas no Rio Grande do Sul (6,4%), Santa Catarina (4,1%) e São Paulo (3,5%). Os volumes em Goiás e Minas Gerais caíram ligeiramente (1,7% e 0,4%, respectivamente), enquanto Paraná e Bahia apresentaram altas (de 3,9% e 9%, nesta ordem).

 

O cenário de oferta restrita no campo foi observado em abril, o que tem forçado laticínios a repassarem a valorização da matéria-prima aos derivados. Esse cenário, por sua vez, pode sustentar as cotações no campo para o próximo mês. No acumulado da primeira quinzena de abril, as cotações diárias do UHT e da muçarela no atacado paulista se elevaram 6,7% e 3,8%, respectivamente. O leite spot negociado em Minas Gerais também seguiu valorizado, fechando a segunda quinzena de abril com alta de 12,3% em relação ao período anterior.

 


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