Guia alimentar brasileiro inspira versão canadense

Guia brasileiro foi destacado como um dos poucos modelos a serem seguidos no mundo

20/03/2019 às 15:40 atualizado por Adriano Falleiros - SBA | Siga-nos no Google News
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Foto: Divulgação

O “Guia Alimentar para a População Brasileira”, lançado em 2014, se tornou modelo para o guia “Comer bem. Viver bem”, lançado pelo Canadá em 2019. A última versão do guia canadense era de 2007 e o modelo brasileiro serviu de inspiração para a nova versão.

Em 2017, em um congresso sobre segurança alimentar e nutrição realizado em Quebec (Canadá), organizado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) junto ao governo de Quebec, o guia brasileiro foi destacado como um dos poucos modelos a serem seguidos no mundo.

Além das diretrizes sobre "boas práticas de alimentação", o guia brasileiro revolucionou a forma de enxergar os alimentos, pois incluiu a classificação por nível de processamento. Essa classificação, que se chama "NOVA", foi desenvolvida pelo professor e pesquisador da faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), Carlos Monteiro e sua equipe. De forma resumida, essa classificação ajuda a saber o que é "comida de verdade".

A população canadense, assim como boa parte dos países desenvolvidos, é grande consumidora de alimentos ultra-processados – quase 50% das calorias consumidas diariamente são provenientes desses produtos.

Na edição anterior do guia, o que importava era o consumo diário de alimentos de quatro diferentes grupos, frutas e legumes; cereais; laticínios e derivados; carnes e substitutos, sem levar em conta o quão processados eram os produtos. Um alimento completo como o arroz ou a quinoa, pertencia ao mesmo grupo que os pães industrializados ou cereais açucarados.

O novo guia canadense, assim como o brasileiro, recomenda o consumo de alimentos frescos ou pouco processados. Além disso, a ênfase em laticínios e proteínas animais foi reduzida. Inclusive, a recomendação é para priorizar fontes de proteína vegetais. Outra novidade é a recomendação de envolver os membros da família no preparo e no consumo, adotando, assim, uma abordagem bem mais abrangente da nutrição.

Essa influência brasileira na sociedade canadense é motivo de orgulho e também serve para que a população se atente se o que consome é, de fato, "comida de verdade". Além disso, é uma razão a mais para adotar as recomendações do guia alimentar em sua rotina.


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