O Governo de Mato Grosso do Sul, por meio da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc) e da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia (Fundect), em parceria com a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), lançou uma Unidade Experimental da Rota Bioceânica em Porto Murtinho. O projeto visa à pesquisa aplicada, à promoção de práticas agrícolas sustentáveis e ao intercâmbio tecnológico com instituições do Paraguai.
A unidade experimental está instalada na Fazenda Yndiana, cedida por um produtor rural da região, e se destaca como um centro de inovação agrícola e integração transfronteiriça. A apresentação oficial do projeto ocorreu no sábado, durante um Dia de Campo na fazenda, localizada a cerca de 40 quilômetros de Porto Murtinho.
O evento contou com a presença de autoridades, pesquisadores, produtores e instituições parceiras, que discutiram os primeiros resultados da unidade e as perspectivas futuras. A iniciativa está inserida na Rota Bioceânica, um corredor de desenvolvimento que conecta o Brasil ao Oceano Pacífico, passando por Paraguai, Argentina e Chile.
Rogério Beretta, secretário-executivo de Desenvolvimento Econômico-Sustentável da Semadesc, representou o Governo do Estado e destacou a importância da integração científica e produtiva na região. “É uma grata satisfação ver o primeiro ano de resultados deste projeto. A unidade experimental é um marco na estratégia estadual para o desenvolvimento sustentável ao longo da Rota Bioceânica”, afirmou.
O evento também contou com a participação da reitora da UFMS, Camila Celeste Brandão Ferreira Itavo, e de outros representantes, como o deputado estadual Paulo Corrêa e o prefeito de Porto Murtinho, Nelson Cintra.A presença de vereadores, secretários municipais e representantes do setor produtivo e da comunidade local reforçou a relevância da iniciativa.
Jaime Verruck, secretário da Semadesc, explicou que Porto Murtinho foi escolhido estrategicamente por sua localização no eixo central da Rota Bioceânica. O projeto busca desenvolver o agronegócio e a agricultura familiar em regiões fora do bioma Pantanal, como Jardim, Alto Caracol e Porto Murtinho, com foco em práticas sustentáveis.
“Nós queremos testar novas culturas, como o algodão, que já se desenvolve bem no Chaco Paraguaio, além de avaliar novas variedades de pastagens para intensificar a pecuária da região”, disse Verruck. Ele ressaltou que a ciência e a tecnologia estão sendo utilizadas para identificar os modelos agrícolas e pecuários mais adequados para o desenvolvimento local.
O secretário também enfatizou que o Governo do Estado vê a Rota Bioceânica não apenas como um corredor logístico, mas como um vetor de desenvolvimento para as comunidades ao longo do trajeto. ““Essa é a primeira grande iniciativa financiada pelo Estado para identificar as vocações agropecuárias locais, e os primeiros resultados já começam a aparecer”, destacou.
A coordenação da Unidade Experimental da Rota Bioceânica está sob a responsabilidade do professor Ricardo Gava, que lidera os estudos e articulações para transformar a Fazenda Yndiana em um polo de inovação produtiva. Durante o Dia de Campo, foi apresentada uma linha do tempo com as principais ações do projeto desde 2022, incluindo reuniões e visitas técnicas no Brasil e no Paraguai.
As atividades da unidade têm fortalecido a cooperação entre Brasil e Paraguai, promovendo soluções técnicas adaptadas à realidade da região de fronteira, com foco no desenvolvimento sustentável e na integração produtiva.
Informações: Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc)