Projeto Campo Futuro traça cenário dos custos de produção de frutas em SP e leite em PE

Estudo contou com apoio de federações estaduais, sindicatos rurais e instituições de pesquisa para mapear os desafios econômicos enfrentados pelos produtores

19/05/2025 às 11:38 atualizado por Redação - SBA | Siga-nos no Google News
:

Na segunda-feira (12), técnicos realizaram um levantamento sobre os custos da produção de uva em Pilar do Sul, em uma propriedade de 1,5 hectares cultivados com as variedades Benitaka, Itália, Red Globe e Núbia, em sistema semimecanizado e sem irrigação. Os produtores relataram que a região enfrenta altos custos de produção e perdas de produtividade.

A assessora técnica Letícia Fonseca destacou que fatores como geadas e pressão de pragas têm contribuído para margens negativas, levando a uma redução nas áreas plantadas e à migração para variedades sem sementes, na esperança de melhor remuneração.

Na terça-feira (13), o Campo Futuro analisou os custos do abacate em Piraju, onde uma propriedade de 45 hectares cultiva principalmente a variedade Hass, além de outras tropicais. Letícia observou que, embora a maioria dos pomares ainda seja não irrigada, há uma tendência crescente de adoção da irrigação como estratégia para mitigar riscos.

Em Urupês, na quarta-feira (14), o foco foi o limão tahiti, cultivado em uma propriedade de 15 hectares com a variedade IAC 1710. Os produtores relataram desafios como a volatilidade dos preços, que são definidos apenas após a classificação da fruta no packing house.

Letícia Fonseca ressaltou a importância de uma boa produção durante a safra temporã, de agosto a outubro, para garantir margens saudáveis. No entanto, altas temperaturas durante a florada têm causado perdas significativas de flores e frutos, dificultando o acesso a mercados com melhores preços.

Entre os dias 13 e 15, o Campo Futuro avaliou a produção de leite em Pernambuco, nos municípios de Garanhuns, Venturosa e Bodocó. As propriedades analisadas criam gado da raça girolando, com produção diária entre 10 e 12 litros de leite por cabeça.

O assessor técnico Guilherme Dias observou que a alimentação concentrada e a utilização de silagem são comuns, indicando um avanço tecnológico na região. Contudo, a limitação de área para cultivo de volumoso em alta escala restringe as opções, principalmente em sistemas de sequeiro.

A dependência de silagem de outras regiões é uma realidade para os pecuaristas, devido à baixa oferta local e aos desafios climáticos. A produção diária nas propriedades típicas varia entre 210 e 400 litros, mas os resultados econômicos muitas vezes não cobrem todos os custos, incluindo depreciação e remuneração do capital.

Dias alertou que essa situação indica uma sustentabilidade apenas no curto prazo, exigindo ajustes produtivos para garantir a geração de caixa necessária para a reposição da infraestrutura. Apesar dos desafios, a produção de leite se mostrou mais atrativa em comparação a outras opções de uso da terra nas diferentes regiões do estado.

Em Garanhuns, a margem bruta por hectare da atividade leiteira foi 40% superior ao valor do arrendamento, enquanto em Venturosa, essa cifra foi 2,21 vezes maior, evidenciando a viabilidade econômica da atividade na região.

Informações:Confederação Nacional da Agricultura (CNA)


Últimas Notícias