O butiá, fruto da palmeira Butia capitata, é um tesouro do Sul do Brasil, especialmente do Rio Grande do Sul, além de ser encontrado na Argentina e no Uruguai. Com sabor único que combina acidez e doçura, a fruta tem se destacado na gastronomia, cosméticos e na geração de renda para comunidades tradicionais.
O butiázeiro, que pode atingir até 6 metros de altura, cresce em regiões subtropicais com solos arenosos. Seus cachos de frutos arredondados, amarelo-alaranjados, maduros entre janeiro e março. “O butiá é resistente a pragas e adapta-se bem a ambientes degradados, o que o torna importante para a recuperação de ecossistemas”, argumenta o pesquisador da Embrapa Clima Temperado, João Carlos Costa Gomes.
A colheita, ainda manual, envolve agricultores e comunidades quilombolas. Em Tapes (RS), as cooperativas locais garantem preços justos para os produtores. “Colhemos os frutos maduros diretamente do chão, seguindo práticas que preservam a palmeira”, diz Maria da Silva, produtora da Associação de Agricultores Ecológicos da Região. A atividade movimenta cerca de R$ 500 mil por ano no estado, segundo o IBGE.
O butiá é versátil:
Gastronomia: A polpa é utilizada em geleias, sucos, sorvetes e cachaças artesanais.
Cosméticos: O óleo extraído da amêndoa é usado em hidratantes, devido à sua concentração de ácidos graxos.
Artesanato: As folhas da palmeira são transformadas em cestos e chapéus.
Apesar do potencial, a produção enfrenta desafios como o desmatamento e as mudanças climáticas. Iniciativas como o projeto Butiá da Praia, da UFRGS, buscam incentivo ao manejo sustentável e certificação do produto, assim como o vinho da Serra Gaúcha.
Pesquisas da Embrapa também identificaram antioxidantes no butiá, o que abre oportunidades para a indústria farmacêutica. Feiras como a Festa do Butiá, em Tapes, fortalecem a identidade cultural da região e atraem turistas.
Nutritivo, o butiá contém 45 calorias, fibras e vitamina C a cada 100 gramas, sendo benéficos para a saúde e o sistema imunológico. Apoiar sua produção é uma forma de preservar os biomas e garantir a subsistência das comunidades locais.
Informações: Agro em Campo