Na quinta-feira (29), a Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas se reuniu para discutir o teor de umidade utilizado na classificação da soja e os resultados dos custos de produção de grãos para a safra 2023/2024, apresentados pelo Projeto Campo Futuro.
O presidente da Comissão, André Dobashi, destacou os pontos principais do debate sobre o teor de umidade do grão e a aplicação de tabelas de ágio e deságio. A reunião também abordou a atualização das discussões sobre a classificação automática da soja.
Tiago Pereira, assessor técnico, enfatizou a relevância do Projeto Campo Futuro, que analisa os custos de produção para a atual safra. Mauro Osaki, consultor do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), apresentou um panorama dos custos de produção de soja, milho, arroz e feijão.
Osaki relatou que as condições climáticas adversas, como excessos de chuvas na região Sul e seca no Centro-Oeste, levaram ao replantio em várias áreas. A estiagem e as altas temperaturas durante o desenvolvimento das culturas resultaram em quebra de safra, impactando a capacidade dos produtores de cobrir o Custo Operacional Efetivo (COE).
“O arroz e o feijão mostraram margem positiva, mas trigo e milho apresentaram baixa rentabilidade. Poucas regiões conseguiram cobrir o Custo Total da soja, que inclui custos diretos e indiretos como depreciação e mão de obra. Estamos enfrentando duas safras de compressão na rentabilidade, e a próxima safra também será desafiadora”, destacou Osaki.
Para enfrentar esses desafios, ele sugeriu alternativas como investimento em sorgo na região Sul do Mato Grosso do Sul, e o uso crescente de milheto e gergelim para biocombustíveis. “É crucial desenvolver alternativas para rotação de culturas e mitigar riscos futuros”, acrescentou.
Os dados consolidados do Projeto Campo Futuro serão apresentados no próximo sábado (31) durante o evento em Chapadão do Sul (MS).
Fonte: CNA/Senar