Queijaria premiada no Paraná trabalha com produção artesanal

Inaugurado em janeiro, negócio teve estoque esgotado do queijo premiado

16/08/2023 às 11:51 atualizado por Nanda Martins* - SBA | Siga-nos no Google News
:

A Queijaria São José,  premiada com medalha de prata no concurso Prêmio Queijos do Paraná, conta com produção independente. Inaugurado em janeiro deste ano, o negócio é fruto de uma prática que atravessa gerações e tem foco na produção artesanal de alimentos.

Localizada na cidade de Foz do Jordão, no Paraná, a queijaria tem planos de comercializar para outros municípios. Com oito meses de funcionamento, a pequena agroindústria teve estoque esgotado do queijo premiado. 

Maristela Bordin, a proprietária, aprendeu com a mãe há 20 anos o talento de fabricar queijos artesanais. Há cinco anos, ela comprou as vacas que eram da mãe e decidiu tocar o negócio ao lado do marido, Luiz Carlos Viana.

Atualmente, a pequena agroindústria conta com nove animais, que produzem entre 80  e 120 litros de leite por dia, o que rende cerca de 11 queijos. O manejo do rebanho é feito pelo casal, mas, a fabricação dos queijos, por enquanto, ainda só é feita a partir das mãos de Maristela. 

Além do queijo ao vinho, reconhecido com a medalha de prata no Prêmio Queijos do Paraná, são produzidos queijo colonial artesanal, queijo com ervas finas, doce de leite e iogurte natural com morango, um dos campeões de vendas.

Capacitação

Antes da inauguração da queijaria, além da assistência técnica, Maristela buscou ajuda no SENAR (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural). A produtora fez o curso “Produção artesanal de alimentos”, com foco em derivados de leite. Com isso, aprendeu detalhes que, até então, passavam despercebidos na fabricação aprendida com a mãe.

De forma paralela, o marido participou do curso “Manejo e ordenha”, que trouxe mais conhecimento para melhorar a qualidade do leite, fundamental para se produzir um queijo diferenciado. “Hoje sabemos identificar as causas dos problemas, o que reduz o desperdício e possíveis prejuízos”, afirma Maristela. “Um leite bom vai gerar um queijo bom”, conclui.

Reconhecimento

O queijo Bordin no vinho recebeu a medalha de prata no Prêmio Queijos do Paraná, realizado em junho. Uma surpresa por conta do curto prazo de existência da queijaria. Após a inauguração no início do ano, a Queijaria São José obteve o SIM (Serviço de Inspeção Municipal) em março, o que autoriza a comercialização dos queijos no município.

“Nossa queijaria é nova, e esse processo de fazer queijos para vender também é novo. Mesmo no primeiro momento não querendo participar da premiação, acabei convencida pelo técnico do IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná) que nos dá assistência”, conta. “A medalha de prata valeu mais do que ouro”, comemora Maristela Bordin.

Segundo a produtora, o processo de fabricação do queijo ao vinho, até certa etapa, é o mesmo do queijo colonial: temperatura de 40°C, leite fresco e maturação por 15 a 20 dias. Após essa etapa, para ganhar o sabor e aroma característicos, o produto fica mergulhado em vinho tinto colonial do tipo seco por cinco dias.

Antes da premiação, o queijo ao vinho tinha uma clientela específica, principalmente por causa do preço, mais elevado em relação ao queijo colonial (R$ 75 o quilo). Agora, com a exposição, a demanda cresceu tanto que a produtora não dá conta de manter o estoque e o produto está sendo comercializado apenas sob encomenda.

Com informações da FAEP (Federação da Agricultura do Estado do Paraná) e do SENAR-PR 
Com supervisão de Elaine Silva, Jornalista 
Foto: Divulgação/FAEP e arquivo pessoal/ Maristela Bordin 


Últimas Notícias