Entidades dos setores produtivos do Brasil avaliam que a decisão do Copom de reduzir a Selic em 0,5 ponto percentual foi assertiva e esperam que os cortes na taxa básica de juros continuem nas reuniões futuras do Banco Central. A CNI (Confederação Nacional da Indústria) entende que a Selic em alta compromete a atividade econômica em 2023.
De acordo com o gerente-executivo de Economia da CNI, Mário Sérgio Telles, o corte evita um desaquecimento maior da indústria e da economia.
“Manter a taxa de juros real tão alta como estava está causando custos adicionais em termos da atividade econômica, com produção da indústria caindo efetivamente e mesmo a demanda sobre o comércio e sobre o serviço nós temos visto quedas significativas”, destaca.
Na comparação de junho de 2023 com junho de 2022, a produção da indústria de transformação caiu 1,5%. Já o setor de serviços registrou queda de 2% em maio em comparação com dezembro de 2022, na série livre de efeitos sazonais.
A expectativa da CNI é que o Congresso aprove, em breve, um novo arcabouço fiscal que consiga estabilizar a dívida pública sem recorrer ao aumento da carga tributária, de modo a contribuir com o processo de cortes na taxa básica de juros.
A Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção) também comemorou a medida do Copom e afirmou que o corte dos juros terá impacto positivo na economia, estimulando o consumo e investimentos, além de favorecer o acesso ao crédito para empresas e indivíduos.
O presidente da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), Isaac Sidney, disse em nota que o início da flexibilização da Selic com a redução dos juros em 0,50 pp representa um primeiro passo importante para reversão da forte restrição monetária por que passa o país nesse difícil e exitoso processo de contenção da escalada inflacionária.
Copom
O Copom (Comitê de Política Monetária) é o órgão do Banco Central que define, a cada 45 dias, a taxa básica de juros da economia, a Selic. Na última reunião, o Copom decidiu reduzir a taxa Selic de 13,75% para 13,25% ao ano. Existe ainda a expectativa de corte de 0,5 ponto percentual, nas próximas reuniões.
Com informações Brasil 61
Foto: Marcello Casal/Agência Brasil