Cresce uso de gordura protegida na dieta de bovinos de corte

Estratégia na alimentação de animais em fase de terminação dá bons resultados

26/06/2023 às 18:21 atualizado por Thiago Gonçalves - SBA | Siga-nos no Google News
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A adoção de tecnologias que permitam o maior aporte, aproveitamento de energia e eficiência alimentar de bovinos de corte em confinamento segue em expansão nos sistemas de terminação do animal no Brasil, como por exemplo, utilização de silagem de grãos.

Os SCAG, popularmente conhecidos como “gordura protegida”, podem ser um grande aliado às dietas com alto teor de grãos processados, porque passam inertes pelo rúmen, sendo assim, não são fermentados no rúmen, resultando em um alívio da fermentação ruminal e diminuindo os riscos de ocorrência de quadros de acidose, lesões, e status inflamatório dos animais. 

Com isso, os SCAG - compostos por sais cálcicos de ácidos graxos - podem ser adicionados na dieta de bovinos confinados, com a finalidade de aumentar a densidade energética da dieta sem aumentar a fermentação ruminal e arriscar a sanidade do rúmen. 

 A adição de silagem de grãos - úmidos e/ou reidratados – ajuda na digestibilidade do amido do grão, resultando em um aumento no teor de energia do ingrediente e consequentemente da dieta. O aumento na digestibilidade do amido ocasiona a fermentação mais rápida pelos microrganismos ruminais, aumentando a produção de ácidos orgânicos, podendo reduzir o pH ruminal.

Desta forma, a atenção ao manejo de cocho, utilização de aditivos e balanceamento dos ingredientes da dieta são pontos importantes para minimizar e promover um ambiente ruminal de menor desafio fermentativo e mais saudável.

A empresa Nutricorp - fabricante de produtos de nutrição animal - realizou um experimento com 120 bovinos nelore para avaliar  efeitos de processamentos do grão de milho moído fino ou silagem de grão úmido, com ou sem a inclusão de SCAG sobre  parâmetros produtivos, características de carcaça, morfometria ruminal e status inflamatório do animal. 

Os resultados indicam que uma suplementação comercializada pela empresa melhorou parâmetros de ganho média diário, peso vivo final, eficiência alimentar e peso de carcaça quente, além de reduzir a incidência de lesões no epitélio ruminal (ruminite) e marcadores inflamatórios (haptoglobina e LBP). Desta maneira, o resultado do estudo indica queda de fermentação no rúmen e inflamação sistêmica dos animais, além de otimizar o desempenho.
 

Foto: Gisele Rosso/Embrapa
 


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