Estados querem 'barreira' contra a entrada de gripe aviária no Brasil

Secretários de sete estados pedem dinheiro ao governo federal para adotar ações preventivas

10/03/2023 às 08:57 atualizado por Valdecir Cremon - SBA | Siga-nos no Google News
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Secretários de Agricultura de sete estados do Sul e do Sudeste do país vão reforçar ao governo federal o conteúdo de um documento comum, assinado por eles no início do mês, para a criação de uma barreira ao risco de entrada da gripe aviária que atinge países do Mercosul no Brasil. 

O pedido foi enviado ao Ministério da Agricultura nesta terça-feira (7).

Os secretários do  Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais – que integram o Cosud (Consórcio de Integração Sul e Sudeste) – querem a criação de um comitê com a participação do governo federal e de órgãos executores de Sanidade Agropecuária nos Estados para a definição de estratégias conjuntas, inclusive com a liberação de recursos financeiros, para “a detecção precoce e a resposta rápida em caso de ocorrência de foco de influenza aviária”.

Os sete Estados que assinaram o documento concentram mais de 90% das aves comerciais do país. A doença ainda não foi detectada no Brasil.

O Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal e a Associação dos Avicultores do Espírito Santo pedem a adoção de medidas preventivas para evitar a entrada da Influenza Aviária no Estado, após o aumento de casos do vírus na América do Sul. Na Argentina, mais de 220 mil aves foram abatidas, nesta semana, após a identificação da gripe em granjas de duas cidades.

 

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Saiba mais

A Influenza Aviária não é transmitida para os humanos, por meio do consumo de carne de aves e ovos. Os casos relatados de transmissão ocorreram em contato com aves infectadas. Apesar de nunca detectada no Brasil, é uma doença de distribuição mundial com ciclos pandêmicos ao longo dos anos, capaz de interferir no comércio internacional de produtos avícolas, por isso, o esforço do Idaf em ações de vigilância desta doença.

Uma das formas de prevenção está na observação das aves no dia a dia nas granjas, por isso, é importante que o produtor esteja atento aos sinais clínicos apresentados pelos animais: tosse, espirro, bico aberto, dificuldade respiratória e secreção nasal; inchaço da cabeça; torcicolo; andar cambaleante; depressão intensa; diarreia aquosa esverdeada ou branca e desidratação; mortalidade alta e súbita com ou sem sinais clínicos; queda de postura, produção de ovos deformados e com casca fina; queda no consumo de água e alimento e cristas e barbelas arroxeadas.

 

Como proteger as aves?

A APBA (Associação Brasileira de Proteína Animal) orienta que a primeira linha de defesa contra a gripe é seguir as medidas de biosseguridade nas granjas, como impedir o contato de frangos com aves silvestres. 

Outras práticas indicadas são: usar roupas e calçados limpos ao entrar nos núcleos; desinfecção de veículos e materiais que acessem a granja; após viagens ao exterior, a pessoa deve cumprir o período obrigatório de quarentena de 14 dias sem visitas a instalações; evitar o contato dos animais das granjas com outras aves, especialmente aves silvestres; verificar rotineiramente a integridade das telas e cercas dos aviários.

Em caso de dúvidas sobre possível contaminação, o produtor deve notificar imediatamente às autoridades sanitárias de seu estado.


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