Copom realiza primeira reunião do ano com Selic em pauta

Decisão sobre o patamar da taxa básica de juros será anunciada nesta quarta-feira

31/01/2023 às 15:35 atualizado por Daniel Catuver - SBA | Siga-nos no Google News
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Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Em meio aos receios de uma possível recessão nos Estados Unidos e às incertezas sobre o comportamento da inflação no Brasil, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central iniciou hoje (31), em Brasília, a primeira reunião do ano para definir a taxa básica de juros, a Selic. A previsão é de que amanhã (1º), ao fim do dia, a decisão seja anunciada.

De acordo com a edição mais recente do Boletim Focus, pesquisa semanal com analistas de mercado, a expectativa é que a Selic seja mantida em 13,75% ao ano pela quarta vez consecutiva. Os analistas de mercado prevêem que este índice siga no mesmo nível até meados de 2023.

Na ata da última reunião, os membros do Copom indicaram que pretendiam manter a Selic, mas não excluíram a possibilidade de novos reajustes, caso a inflação persista no médio prazo. No menor nível da história até março de 2021, quando estava em 2% ao ano, a Selic foi reajustada sucessivamente até chegar a 13,75% ao ano em agosto do ano passado, e mantida nos quatro meses seguintes.

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Depois de quedas nos últimos meses, as expectativas de inflação têm subido. Segundo o boletim Focus, a previsão de inflação oficial pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) subiu de 5,48% para 5,74% em 2023. Há um mês, as projeções estavam em 5,31%. Diversos fatores têm contribuído para o aumento das expectativas de inflação. O IPCA-15, índice que funciona como prévia da inflação oficial, acelerou em janeiro por causa dos preços de alimentos e de gastos que tradicionalmente sobem no início de cada ano, como planos de saúde e cuidados pessoais.

As incertezas em relação aos projetos econômicos do atual governo têm provocado volatilidade no mercado financeiro, afetando as expectativas para a inflação e os juros. Para 2023, a meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 3,25%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,75% e o superior, 4,75%. Os analistas de mercado consideram que o teto da meta será estourado pelo terceiro ano consecutivo, a menos que o governo eleve a meta, como tem sido sugerido pela equipe econômica.

Cenário internacional

No plano externo, o Copom analisará, entre hoje e amanhã, o ritmo de aperto monetário nos Estados Unidos. Poucas horas antes do comunicado do comitê brasileiro, o Federal Reserve (Banco Central norte-americano) vai divulgar se elevará os juros da maior economia do planeta em 0,5 ponto percentual ou 0,25 ponto. Nas últimas semanas, a segunda possibilidade ganhou chances, após dados mostrarem a desaceleração da economia norte-americana. Um arrefecimento na elevação dos juros nos Estados Unidos reduz a pressão sobre o Banco Central brasileiro.

O Copom reúne-se a cada 45 dias. No primeiro dia do encontro, são feitas apresentações técnicas sobre a evolução e as perspectivas das economias brasileira e mundial e o comportamento do mercado financeiro. No segundo dia, os membros do Copom, formado pela diretoria do Banco Central brasileiro, analisam as possibilidades e definem a Selic.

Com informações da Agência Brasil


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