Mercado financeiro reduz projeção da inflação para 5,71% em 2022

Boletim Focus desta semana mantém previsão para o PIB em 2,7%

10/10/2022 às 13:00 atualizado por Daniel Catuver - SBA | Siga-nos no Google News
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O Banco Central divulgou hoje (10) a nova edição do Boletim Focus, com a previsão do mercado financeiro para os principais indicadores econômicos brasileiros em 2022. O destaque ficou por conta do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), considerada a inflação oficial do país, que caiu de 5,74% para 5,71%. Esta é a 15ª redução consecutiva da projeção.

Para 2023, a estimativa da inflação ficou em 5%. Para 2024 e 2025, as previsões são de inflação em 3,47% e 3%, respectivamente.

A previsão para 2022 está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo Banco Central, definida pelo Conselho Monetário Nacional em 3,5% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 2% e o superior 5%.

Em agosto, houve deflação de 0,36%, após queda de 0,68% em julho. Com o resultado, o IPCA acumula alta de 4,39% no ano e 8,73% em 12 meses, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Para setembro, o IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15), que é a prévia da inflação, também recuou, neste caso, para 0,37%. Os dados consolidados de setembro serão divulgados nesta terça-feira (11) pelo instituto.

Taxa de juros

Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 13,75% ao ano pelo Copom (Comitê de Política Monetária). A taxa está no maior nível desde janeiro de 2017.

Para o mercado financeiro, a expectativa é de que a Selic encerre o ano nesse patamar. Já para o fim de 2023, 2024 e 2025, a estimativa é de que a taxa chegue a 11,25%, 8% e 7,75% ao ano, respectivamente.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia. Além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.

Quando o Copom diminui a Selic, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.

PIB e câmbio

As instituições financeiras consultadas pelo Banco Central mantiveram a projeção para o crescimento da economia brasileira neste ano em 2,7%. Segundo o Boletim Focus, para 2023, a expectativa para o PIB (Produto Interno Bruto), que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, é de crescimento de 0,54%. Para 2024 e 2025, o mercado financeiro projeta expansão do PIB em 1,7% e 2%, respectivamente.

Dólar

A expectativa para a cotação do dólar manteve-se em R$ 5,20 para o final deste ano. Para o fechamento de 2023, a previsão é de que a moeda americana se mantenha nesse mesmo patamar.

Com informações e foto de capa da Agência Brasil


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