Cientistas da Embrapa Meio Ambiente (SP) tiveram sucesso na reprodução de lambaris-do-rabo-amarelo (Astyanax altiparanae) sem o uso de indução hormonal. A técnica foi uma adaptação da empregada com o zebrafish ou paulistinha (Danio rerio).
O estudo tem como objetivo viabilizar ensaios laboratoriais com embriões de lambari, utilizando metodologia semelhante ao do zebrafish, além de ampliar, por exemplo, oportunidades para testes toxicológicos que estabelecem limites de substâncias químicas na água.
De acordo com a pesquisadora da Embrapa, Vera Castro, testes toxicológicos compostos são realizados com embriões e adultos de zebrafish. Ela explica que a utilização desses embriões permite comparar a toxicidade de diferentes compostos e estudar os fatores que a alteram. Os ensaios de toxicidade também oferecem obtenção de dados mais adequados para a avaliação de risco ambiental. “Os embriões são usados, porque, geralmente, os estágios iniciais de vida são os mais suscetíveis aos efeitos tóxicos de poluentes comparados aos peixes adultos”, afirma.
Técnica
Os lambaris são de interesse dos piscicultores, devido a sua rusticidade, ciclo de vida rápido e a alta produtividade em cultivo intensivo. No experimento, foram utilizados dez machos e dez fêmeas, enquanto no do zebrafish são usados dois machos para cada fêmea. Os animais foram distribuídos em um sistema com utilização de luz natural e recirculação baixa de água.
Após quatro horas de reconhecimento, os animais realizaram o acasalamento, com duração aproximada de uma hora. “Os embriões viáveis foram selecionados com auxílio de uma lupa, observando as características como ausência de anomalias e deformações”, explica a estudante Patricia Dias, que participou dos estudos sob orientação da pesquisadora Márcia Ishikawa.
Com informações e foto da Embrapa
Com supervisão de Elaine Silva, jornalista.*