Pandemia da Covid-19 reduz compra de pescado no Brasil

Pesquisa aponta que 26,92% dos brasileiros reduziram o consumo da proteína

15/09/2022 às 10:13 atualizado por Ayanne Gladstone* - SBA | Siga-nos no Google News
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A pandemia da Covid-19 diminuiu a compra de pescado no Brasil, de acordo com estudo da Embrapa Pesca e Aquicultura, publicado nesta terça-feira (12). A pesquisa abrange todas as regiões brasileiras e aponta que, para 40,31% dos entrevistados, o preço da mercadoria aumentou, enquanto 26,92% reduziram o consumo da proteína e 4,27% eliminaram por completo a aquisição. Para 17,38%, a compra foi dificultada pela redução na oferta do produto e outros 11,40% apontaram queda na qualidade habitual do pescado. 

Antes da pandemia, 21,79% dos consumidores tinham o hábito de comprar pescado em hipermercados, 20,23% em feiras ou peixarias e 3,13% em atacadistas. Após a chegada da Covid-19, houve um acréscimo de 29,91% na preferência pelos hipermercados, 8,69% em delivery e 3,56% em atacadistas. 

Consumo

O estudo mostra que 25,93% dos entrevistados consumiam pescado pelo menos uma vez na semana, 23,93% de duas a três vezes no mês e 11,68% uma vez no mês. Em fevereiro de 2019, entrevistados de Curitiba (29%) e São Paulo (28%) consumiam filés de peixe pelo menos uma vez por semana. 

De acordo com um dos autores da pesquisa, Diego Neves de Souza, a diminuição do pescado é preocupante para o setor e para a economia local, devido a interferência negativa na geração de renda da população que depende do mercado de pescado. “A produção e o consumo de pescado no Brasil e no mundo estavam passando por um crescimento global nos últimos quarenta anos, principalmente devido ao avanço da aquicultura”, afirma. 

Frigoríficos 

O setor de frigoríficos também foi afetado pela pandemia. Para 54% dos empresários que atuam na categoria, houve dificuldades na aquisição de insumos, além da demora na entrega de embalagens, falta de material e limpeza, equipamentos de proteção individual e falta de salmão no mercado. Segundo a pesquisadora Patrícia Costa Mochiaro Chicrala, a maioria das indústrias conseguiu manter o quadro de funcionários, mesmo com dificuldades, sem ocasionar demissões. “Apesar das restrições de circulação, o setor continuou a produzir e ofertar produtos de pescado aos consumidores, com pouca variação de preço. Além disso, a solidez da indústria permitiu a sobrevivência da atividade, que se manteve atuante por causa da infraestrutura e das estratégias adotadas”, aponta.

Com informações e foto da Embrapa 

Com supervisão de Elaine Silva, jornalista* 


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