Nova metodologia desenvolvida pela Embrapa Pecuária Sul (RS) é capaz de medir a emissão de gás metano em reprodutores bovinos de raças europeias. O processo é chamado de PEG (Prova de Emissão de Gases), que consiste na coleta do metano emitido por reprodutores jovens da mesma raça. Esses reprodutores são mantidos sob as mesmas condições de manejo e alimentação durante cinco dias, até que os animais sejam classificados e o gás avaliado.
O projeto será lançado durante a Expointer 2022, que acontece entre 27 de agosto e 4 de setembro, em Esteio (RS). O objetivo é impulsionar programas de melhoramento genético que consistem no consumo alimentar, ganho de peso e menor emissão de metano.
A identificação dos jovens reprodutores mais eficientes é uma ferramenta benéfica para a sustentabilidade da pecuária e redução do impacto nas mudanças climáticas.
De acordo com o chefe-geral da Embrapa Pecuária Sul, Fernando Cardoso, animais mais eficientes contribuem de forma positiva na cadeia bovina. “Nesse sentido, a identificação de animais mais eficientes no uso dos alimentos e que, portanto, emitam menos metano por quilo de alimento consumido, passou a ser de grande importância para a cadeia da carne bovina brasileira”.
Metodologia
A metodologia utiliza a técnica do gás traçador hexafluoreto de enxofre. Uma cápsula com a substância é administrada via oral ao jovem reprodutor no início da prova. O gás é liberado pela cápsula e se mistura aos gases da fermentação ruminal. O ar expirado pelo bovino é captado por um tubo capilar, que fica posicionado logo acima das narinas.
A PEG é realizada após o término da PEA (Prova de Eficiência Alimentar), que fornece os dados de consumo e desempenho individuais utilizados para os cálculos de emissão de gás metano por consumo de alimento e ganho de peso.
Emissão de metano
A produção do metano em bovinos ocorre durante o processo de digestão dos alimentos. De acordo com a pesquisadora da Embrapa, Christina Genro, pastagens bem manejadas podem ser um grande sumidouro de carbono.
“Pesquisas mostram que, com o manejo correto das pastagens e dos animais, é possível alcançar um balanço positivo do carbono. Ou seja, a atividade consegue capturar mais carbono e estocar no solo em maior quantidade do que emite na natureza”, explica.
Melhoramento genético
As provas de avaliação de desempenho são uma das ferramentas utilizadas para o melhoramento genético dos bovinos. Animais de idades similares e de criatórios diferentes são testados em um mesmo ambiente, condições de manejo e alimentação.
Segundo o analista da Embrapa e coordenador da prova, Roberto Collares, o objetivo é identificar bovinos com atributos superiores e, dessa forma, proporcionar uma melhora mais rápida das raças. “A comercialização do sêmen desses animais aumenta a capilaridade da difusão de bovinos de genética superior e, com isso, o desenvolvimento de linhagens melhoradas”, declara.
Com informações da Embrapa
Foto capa: Embrapa
Com supervisão de Elaine Silva, jornalista.*