Confira o balanço climático em agosto de 2022 no Brasil

Oitavo mês do ano foi marcado por calor, chuva, frio, geadas e até neve

01/09/2022 às 10:35 atualizado por Lucas Caxito - SBA | Siga-nos no Google News
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Pôr do sol em Brasília (DF) 
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil​​

Ao longo do mês de agosto de 2022, o centro-sul do Brasil naturalmente sentiu mais as ondas de frio. Diferente do mês de julho, quando grande parte do país registrou temperaturas altas, acima da média normal para o mês, por causa de um bloqueio atmosférico, agosto teve quatro frentes frias fortes, que trouxeram ondas de frio para o país. O bloqueio perdeu força e o ar polar conseguiu passear livremente pelos estados do Sul, do Sudeste, do Centro-Oeste e chegar até a algumas áreas da região Norte, que registraram o fenômeno da friagem. 

Com o avanço de várias frentes frias, que conseguiram mudar o tempo no interior do país, o volume de chuva surpreendeu em alguns estados. A chuva de agosto superou a média climatológica na fronteira com o Uruguai, em Santa Catarina, no Paraná, Mato Grosso do Sul e em Mato Grosso.

No Nordeste, a chuva também superou a média no norte da Bahia, em Sergipe, Alagoas, Pernambuco, no Ceará, norte do Piauí e no norte do Maranhão. As fortes frentes frias intensificaram o vento úmido do mar, que estimulou a formação de mais nuvens de chuva no leste nordestino. 

Na região Norte, os estados que superaram a média de chuva para agosto foram: Roraima, o norte do Amazonas, o Pará e Rondônia. 

No interior do Rio Grande do Sul e em todos os outros estados, a chuva não atingiu a média climatológica. Além da chuva acima do normal no centro-sul e no leste do Nordeste, a movimentação das frentes frias provocou ressaca e ventos de moderada a forte intensidade. 

Ciclone extratropical

Logo no início do mês, um ciclone extratropical chamou a atenção, causando rajadas de vento acima dos 100km/h no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina.

No Sudeste, os estados de São Paulo e do Rio de Janeiro registraram rajadas próximas de 80km/h e as ondas ficaram em torno dos 4 metros, causando transtornos no litoral norte paulista e na costa fluminense. 

A última frente fria de agosto provocou chuva, frio e ondas de 3 metros que invadiram a orla de Salvador, na Bahia. 

Frio intenso de agosto

As fortes massas de ar de origem polar deixaram o mês de agosto com temperaturas abaixo do normal em áreas do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina, de São Paulo, do Sul de Minas e na capital fluminense. Por causa da chuva frequente na costa do Nordeste, a temperatura também não subiu muito e as capitais terminaram o mês levemente mais frias que a média. 

A cidade de Bom Jardim da Serra, na parte mais elevada da serra catarinense, registrou -6,4°C no dia 19 de agosto, a menor temperatura no Brasil em 2022, até agora.

Recorde de baixa temperatura em capitais

Entre os dias 18 e 20 de agosto, o frio foi intenso. As capitais do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro e Campo Grande registraram as menores temperaturas do inverno. Na capital paulista, no dia 20 de agosto a temperatura  máxima do dia não passou dos 14°C. 

Já no Rio de Janeiro, o dia 20 de agosto foi com a menor temperatura máxima de 2022, com a marca de 18,7°C na Vila Militar.

Em contraste com o ar frio, picos de calor marcaram o mês de agosto nos estados de Mato Grosso, Goiás e Tocantins. Por três vezes, Cuiabá bateu o recorde de calor para o ano de 2022. No dia 25, a capital de Mato Grosso registrou a maior temperatura do ano, com máxima de 39,4°C. 

Goiânia, capital de Goiás, também teve recorde de calor para este ano, com a temperatura máxima de 36,6°C, no dia 29 de agosto.

Precipitações de inverno

A forte frente fria que avançou sobre o Brasil no fim da terceira semana de agosto proporcionou condições para a formação de precipitações de inverno no Sul do Brasil. Destaque para a ocorrência de neve e chuva congelada no dia 18 de agosto, nos pontos mais altos das serras gaúcha e catarinense. No dia 19, houve registro de sincelo na serra catarinense, que é o congelamento das gotículas de nevoeiro que se depositam sobre as árvores e superfícies por ação vento muito frio.

Chuva nas capitais

Confira o volume de chuva de algumas capitais no Brasil que terminaram agosto com chuva dentro ou acima da média climatológica, segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia, exceto de Campo Grande, onde o acumulado de chuva foi registrado pelo Cemaden:

Cuiabá (MT): acumulado total de 36,3 mm (média de agosto: 13 mm)

Curitiba (PR): acumulado total de 99,6 (média de agosto: 81 mm)

Florianópolis (SC): acumulado total de 228,2 (média de agosto: 93 mm)

João Pessoa (PB): acumulado total de 147,8 mm (média de agosto: 134 mm)

Natal (RN): acumulado total de 183,6 mm (normal de agosto: 119 mm)

São Luís (MA): acumulado total de 113,4 mm (normal de agosto: 22 mm)

São Paulo (SP): acumulado total de 37,2 mm (média de agosto: 32 mm)

Campo Grande (MS): acumulado total de 208,8 (média de agosto: 34 mm).

Saiba Mais

Confira a previsão do tempo para esta quinta-feira (1) no AgroClima, com apresentação da jornalista Diulian Marques:


Com informações da Climatempo
Foto de capa: Marcello Casal Jr/Agência Brasil


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