Interesse por biofertilizantes cresce diante de incertezas com guerra

Produtores buscam alternativas agroecológicas para menor oferta de fertilizantes

25/03/2022 às 13:19 atualizado por Redação - SBA | Siga-nos no Google News
:

De acordo com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater/ MG), a alta nos preços dos fertilizantes, ocasionada pelo conflito entre Rússia e Ucrânia, aumentou a procura dos produtores rurais por qualificações na área de biofertilizantes e práticas agroecológicas.

Cerca de 800 produtores participaram de cursos presenciais e virtuais em 2021, realizados pela área de Agroecologia do Departamento Técnico da empresa. A Emater planeja neste ano ofertar mais cursos para atender a demanda dos produtores, além de capacitações aos extensionistas da empresa, responsáveis por compartilhar conhecimentos nos municípios.

O coordenador estadual de Agroecologia da Emater, Fernando Tinoco, conta que, com a subida de preço dos fertilizantes industrializados, produtores que nunca pensaram em utilizar biofertilizantes estão passando a usar, principalmente, em pequenas áreas. 

A produtora Maria José da Silva Oliveira, de São Joaquim de Bicas, na Região Metropolitana de BH, tem participado dos treinamentos, oferecidos pela Emater em seu município. Ela conta que, no começo, foi difícil a implantação das técnicas agroecológicas, mas agora os resultados estão surgindo. 

"É mais trabalhoso e demora mais para você ver o resultado, mas compensa. A planta responde bem e você sente que está produzindo um alimento mais saudável", comenta a agricultura.

O coordenador da Emater diz que o ideal é que a migração do sistema tradicional para agroecológico seja feita com o acompanhamento de um profissional da área, mas Tinoco dá algumas orientações para o produtor que trabalha no modo tradicional e está interessado em adotar técnicas agroecológicas. 

“Ele pode iniciar fazendo a compostagem, que é a decomposição de materiais orgânicos. Como adubo de plantio, dá para fazer a mistura de esterco de vaca ou galinha, palhada (bagaço de cana ou capim picado) e /ou acrescentar minerais. Para algumas culturas, a gente pode usar a mistura não só para o plantio, como também na adubação de cobertura”, explica.

Os biofertilizantes líquidos são mais indicados como adubos de cobertura. “O mais simples e fácil de preparar são os biofertilizantes à base de esterco fresco de vaca e de cama de frango, acrescido também de alguns minerais, dependendo da cultura. Aí deixamos fermentar em caixas plásticas ou bombonas por um período aproximado de 30 dias”, diz Tinoco.

Agricultura sustentável
A compostagem leva cerca de 90 dias para fermentar e estar apta para o uso. Tinoco explica que não é bom usar o esterco fresco diretamente na planta, por ter algumas bactérias e outros microrganismos que podem contaminar os alimentos. 

“Além de serem utilizados como adubo foliar e de cobertura, os biofertilizantes também são considerados repelentes de insetos pelo forte cheiro. Eles ajudam ainda no aumento da vida do solo, pois a flora microbiana possibilita a melhor liberação e absorção de minerais do solo”, argumenta o coordenador.

 

Informações por Emater MG

Foto de capa: Pixabay


Últimas Notícias