Escolha criteriosa do touro é determinante para sucesso da estação de monta

Pesquisador da Embrapa Gado de Corte e coordenador de PD&I, do Programa Embrapa Geneplus, dá orientações sobre o assunto

24/09/2021 às 10:21 atualizado por Redação - SBA | Siga-nos no Google News
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O adequado planejamento da estação de monta é decisivo para obtenção de bons resultados pelo criador. Dentre diversos pontos a serem considerados, a escolha criteriosa dos touros que serão usados como reprodutores tem direta influência no sucesso desta prática importante do calendário da pecuária de corte. 

Segundo o pesquisador da Embrapa Gado de Corte e coordenador de PD&I, do Programa Embrapa Geneplus, Gilberto Menezes, existem três aspectos que devem ser observados com atenção pela equipe da fazenda.

“No tocante à escolha dos reprodutores, antes do início da estação de monta, o primeiro passo deve ser verificar se o animal está apto à reprodução. Ou seja, avaliar se o touro pode ser considerado efetivamente um reprodutor. Exame andrológico é vital para confirmar a viabilidade do animal. Adicionalmente, é fundamental assegurar que o indivíduo seja funcional, com plenas condições de fazer a cobertura das vacas, bem como de se alimentar e beber água. É claro que mesmo sob uso de IA/IATF, foco em funcionalidade, beleza zootécnica é necessário, pois esses atributos serão passados para a próxima geração”, esclarece o pesquisador.

De acordo com Menezes, o segundo aspecto a ser observado está relacionado à escolha da raça ou grupo genético do touro. É absolutamente recomendável, afirma o pesquisador, buscar opções genéticas bem adaptadas às condições de criação do rebanho em reprodução e das progênies produzidas. 

“Essa escolha tem impacto direto no desempenho reprodutivo na estação de monta e na viabilidade da produção da nova geração resultante. Adicionalmente, é estratégico se considerar o mercado que se pretende atender a fim de ter na genética uma facilitadora na comercialização e agregação de valor aos produtos gerados”, informa Gilberto.

Já o terceiro ponto a ser levado em consideração se refere à qualidade genética do animal, ou seja, saber se o reprodutor tem mérito genético suficiente para promover a melhoria do rebanho. 

“Qualidade genética é fundamental. É importante saber se o animal vem de um criatório, de um programa de melhoramento que vai fazer com que a sua genética, de fato, traga evolução ao rebanho e que a bezerrada produzida seja, em média, superior a seus pais nas características de importância econômica”, esclarece Menezes.

“Hoje o mercado de venda de reprodutores oferece ricas informações aos criadores para que possam tomar as melhores decisões em prol de seus rebanhos. O criador deve exigir essas informações, de forma similar, a quando se pretende comprar um carro, um eletrodoméstico. É decisivo saber as especificações técnicas, a marca do produto para saber se realmente receberá a qualidade que se está buscando”, explica. 

Ainda segundo Gilberto, é muito importante não encarar a compra de um bom reprodutor como custo, e sim como investimento. “É imperativo comprar um animal de um rebanho que faz o trabalho de seleção bem feito, porque uma escolha errada acarretará em prejuízos ao não entregar os frutos desejados. Um touro melhorador gerará lucro ao criador ao gerar bezerros mais pesados, de melhores carcaças; e bezerras mais precoces e eficientes como mães”, finaliza o pesquisador.

 

 

 

Informações por Programa Embrapa/ GenePlus

Foto de capa: Douglas Silvério


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