O sistema de integração Lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e a agricultura movida pela ciência, para uma produção com baixa emissão de carbono, já comprovaram seus resultados para a produção sustentável da agropecuária brasileira. Agora, o reconhecimento veio através de um relatório da Convenção-Quadro das Nações Unidas, publicado em abril durante a reunião de Koronivia para a agricultura. O UNFCCC é o tratado internacional resultante da Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento.
No documento, são referenciados os sistemas de integração brasileiros como responsáveis por contribuir com a segurança alimentar e o desenvolvimento socioeconômico: a agricultura de precisão e a tecnologia baseada em ciência, que aumentaram a produtividade e diminuíram em 50% o preço dos alimentos, o que contribuiu para a segurança alimentar, desenvolvimento e renda dos agricultores.
O Plano Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (Plano ABC) é um expoente na cooptação de tecnologias para a produção com o compromisso de redução dos gases de efeito estufa. Executado entre 2010 e 2020, o plano registrou resultados positivos, se tornando referência mundial de política pública para o setor.
Outro fator para a produção sustentável é o sistema ILPF, na medida em que promove a recuperação de áreas de pastagens degradadas unificando, na mesma propriedade, diferentes sistemas produtivos, como o de grãos, fibras, carne, leite e agroenergia. Reduzindo o uso de agroquímicos e possibilitando o aumento da biodiversidade, a integração permite que as atividades econômicas na propriedade se diversifiquem, minimizando os riscos de frustração de renda por eventos climáticos ou condições de mercado.
O desenvolvimento da atividade agrícola brasileira, se da partir de inovações tecnológicas e científicas, articuladas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que também comentou a citação do Brasil pela UNFCCC.
“Trata-se de uma citação importante para o Brasil, porque representa o reconhecimento do valor da pesquisa agropecuária em benefício do desenvolvimento nacional, que dá visibilidade à ciência agrícola brasileira como referência mundial”, diz o pesquisador da Embrapa Gustavo Mozzer, que integra a equipe do Núcleo de Políticas Globais (Polg), da Gerência de Relações Estratégicas Internacionais (Grei), da Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas (Sire), responsável pela coordenação do trabalho, com o apoio do Portfólio de Mudança do Clima.
Com informações Embrapa / Foto: Gabriel Freitas - Embrapa