Retomada do auxílio emergencial deve beneficiar menos produtos do agro em 2021

Benefício voltará a ser pago a partir desta terça-feira (06) e deverá contemplar 45,6 milhões de cidadãos

06/04/2021 às 13:45 atualizado por Thalya Godoy - SBA | Siga-nos no Google News
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A partir desta terça-feira (06), será retomado o pagamento do auxílio emergencial, com valor, número de parcelas e beneficiários menor em relação ao ano passado, que contou com cinco parcelas de R$ 600 e mais quatro de R$ 300. 

Em 2020, o benefício injetou na economia do país R$ 290 bilhões e contemplou 68 milhões de pessoas. A previsão para a nova rodada de pagamentos em 2021 custará à União cerca de R$ 44 bilhões, uma redução de 84% no valor destinado ao novo auxílio, e atenderá 45,6 milhões de cidadãos.

Neste ano, serão pagos em quatro parcelas R$ 250 a casais, R$ 150 para trabalhadores solteiros e R$ 375 a mães responsáveis sozinhas pelo sustento familiar. O benefício será pago somente a uma pessoa da família.

No ano passado, como explica a pesquisadora da equipe Macroeconômica do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), Nicole Rennó Castro, os beneficiários do auxílio emergencial puderam aumentar e diversificar os itens nos carrinhos de compras devido ao valor relativamente alto frente as transferências de renda que essas famílias costumavam receber antes da pandemia, como o bolsa família.

Para 2021, estima a pesquisadora, a previsão é que os itens essenciais da cesta básica sejam os mais procurados, como arroz, feijão, leite, ovos e carne de frango, devido ao menor valor pago neste ano e aumento nos preços dos alimentos desde o ano passado.

 

 

“Produtos com valor agregado maior e, às vezes, com essencialidade menor, podem ser substituídos e não devem ser beneficiados como foram no passado, com uma demanda mais enfraquecida no mercado doméstico”, afirma Nicole Castro. A pesquisadora inclui nesta lista produtos como carne bovina, que tem demanda forte no mercado internacional, frutas e produtos lácteos mais caros, como iogurtes e queijos.

A analista do Cepea afirma que as proteínas mais procuradas deverão ser ovos e carne de frango devido ao preço mais acessível frente a outros concorrentes, como a carne bovina, que deve ter demanda mais enfraquecida por esse grupo de beneficiários.

“A notícia da renovação é boa, ele vai contribuir para as famílias de menor renda e sustentar ou aumentar a demanda de produtos do agronegócio e, então, beneficiar o produtor, mas o ponto importante é que esse efeito não deve ser generalizado e homogêneo para todos os produtos e não deve ser tão expressivo quanto foi em 2020”, ela explica.


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