Milho: bancos negam pagamento do seguro agrícola em SC e entidade recorre ao Governo Federal

De acordo com a Faesc, bancos tem indeferido o pagamento de seguro agrícola aos produtores prejudicados pela praga da cigarrinha do milho

16/03/2021 às 17:02 atualizado por Redação - SBA | Siga-nos no Google News
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De acordo com a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (FAESC), a negativa dos bancos em autorizar o pagamento do seguro agrícola aos produtores de milho em Santa Catarina atingidos pela praga da cigarrinha levou a entidade a acionar a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e o Governo Federal. 

A ação visa interceder pelo setor nos recursos dos agricultores contra os indeferimentos ao seguro do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (PROAGRO) pelos agentes financeiras

Caso os produtores não sejam ressarcidos, a FAESC teme desistência da maioria e migração para outras atividades, o que agravaria o problema de escassez de milho no Estado.

O vice-presidente da FAESC, Enori Barbieri alerta que a cigarrinha-do-milho aliada à estiagem provocou a perda de 70% da produtividade das lavouras catarinenses. Com isso, a estimativa é que a safra 2020/21 deva chegar, no máximo, a 1,5 milhão de toneladas – 1,2 milhão a menos que o previsto. 

Se confirmada, Santa Catarina terá que importar mais de cinco milhões de toneladas de milho no ano, o que também impactará nos custos de produção das agroindústrias e, consequentemente, no preço final dos alimentos.

Barbieri explica que os agentes financeiros não estão liberando o PROAGRO e o seguro agrícola sob a alegação de que a praga tem controle e poderia ser combatida. Porém, essa não é a realidade vivida pelos produtores, afirma a Faesc. 

“A própria Embrapa afirma que a cigarrinha-do-milho é uma praga de difícil controle, o que se enquadra no pagamento dos seguros, conforme critérios do próprio PROAGRO. Além disso, os produtores fizeram tratamento de sementes e usaram inseticidas, portanto, adotaram as medidas preventivas e devem ser indenizados”, defende o dirigente ao informar que alguns produtores chegaram a fazer mais de seis aplicações de inseticidas e não tiveram êxito no combate à praga. 

“O produtor que plantou para colher 250 sacas por hectare, colherá entre 50 e 60, uma perda muito grande na safra que talvez seria a maior de todos os tempos”, projeta.

Prejuízo
Em Santa Catarina, a incidência da cigarrinha-do-milho é generalizada e com danos econômicos variáveis na safra 2020/2021. De acordo com levantamento da Epagri, as macrorregiões mais afetadas são o Meio-Oeste, Oeste, Extremo-Oeste, Planalto Norte e Planalto Serrano. Produtores relatam perdas maiores nos cultivos precoce e superprecoce, variedades mais sensíveis à praga.

Segundo informações dos pesquisadores da Embrapa, a cigarrinha se alimenta e se reproduz apenas no milho e, por isso, a manutenção do plantio o ano todo no Estado é favorável para sua multiplicação. Também não há controle químico 100% eficaz para a praga. Ao contaminarem a planta, as cigarrinhas prejudicam o seu desenvolvimento, acarretando em má formação, menos espigas e, consequentemente, queda de produtividade.

 

Informações por Faesc


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