Carne brasileira conquista cada vez mais espaço no exterior

Volume de exportações registram sucessivos recordes

16/07/2020 às 08:58 atualizado por Thalya Godoy - SBA | Siga-nos no Google News
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Em junho deste ano, o volume de exportações de carne registrou recorde para o mês, com 626,5 mil toneladas, segundo informações da Secretaria de Comércio Exterior. A receita com embarques de carne bovina chegou a US$ 742,56 milhões; suína obteve US$ 196,86 milhões e proteína de frango exportou US$ 438,23 milhões.

De acordo com o pecuarista e proprietário da empresa de consultoria Beef Tec, Rodrigo Spengler, o bom desempenho das exportações brasileiras de produtos do setor agropecuário está ligado à desvalorização do real nos últimos meses, o que deixou os produtos mais atrativos para os compradores. “A exportação acelerou e isso vem ajudando muito o agronegócio. Pecuária está exportando volumes históricos. A peste suína africana, em conjunto com esse câmbio, favoreceu a exportação alta para a China, em relação ao ano passado, principalmente, nos últimos três meses”, afirma.

“Com o mercado firme, a gente continua otimista. A China está recuperando o rebanho de suínos, e dentro de uma suinocultura industrial, o que não era. Eles [chineses] devem recuperar isso rápido, mas eu acho que a gente deve ter aí talvez um, dois, até três anos de cenário muito bom por conta da China”, acredita Rodrigo.

 

Este momento de procura dos países por novos exportadores de carne para atender a demanda interna é a oportunidade para o Brasil se mostrar um fornecedor confiável de carne bovina, tanto em constância, como em segurança, acredita o Pesquisador e Coordenador do Centro de Inteligência da Carne Bovina (CiCarne) da Embrapa Gado de Corte, Guilherme Cunha Malafaia. 

“Torna-se importante entender que esta pandemia colocará no topo do debate global a preocupação com a sanidade animal, onde deve-se crescer as exigências e consistência sobre os sistemas de vigilância e controle de doenças que atingem animais e humanos. Esta pode ser uma grande oportunidade para a cadeia da carne bovina mostrar ao mundo, de forma transparente, como os nossos processos produtivos, tanto no campo como na indústria, são confiáveis”, analisa o pesquisador.

Para Guilherme, as exportações ganharão ritmo maior devido aos acordos comerciais favoráveis, com mercados exigentes de alto consumo de carne per capita e por mercados crescentes  - como a Ásia - que veem o Brasil como um dos principais fornecedores, especialmente, a China. 

“O mercado interno também busca carnes de melhor qualidade, o que pode ampliar a pressão sobre o consumo de carne bovina. Com a chance considerável de tais eventos ocorrerem, entende-se que a produção de carne bovina precisa ser ampliada em quantidade e qualidade para suprir as demandas interna e externa, cada vez mais exigentes”, ele afirma.


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