O sucesso no cultivo de cereais de inverno depende muito do clima. Nesta safra, a previsão pode ser vista com certo otimismo pelos produtores rurais do sul do Brasil. É o que aponta o agrometeorologista da Embrapa Trigo, Gilberto Cunha.
O inverno começou no dia 20 de junho e tem data para encerrar em 22 de setembro. De acordo com Gilberto Cunha, nos próximos meses não atuarão os fenômenos El Niño ou La Niña, permanecendo a condição de neutralidade nas anomalias de temperaturas das águas superficiais do Oceano Pacífico equatorial. “Essa condição indica que as chuvas deverão seguir o padrão climático normal, ou seja, as precipitações devem aumentar gradativamente com média acima de 100 mm/mês até atingir o pico máximo na primavera”, conta o pesquisador.
As oscilações nas temperaturas do ar, ao longo da estação, deverão obedecer às características das massas de ar presentes no continente. Quando essas massas forem de origem tropical, as temperaturas podem ser relativamente elevadas. E, na sequência da passagem de frentes frias, depois das chuvas, pode haver queda brusca de temperatura, com formação de geadas, quando da entrada de massas de ar de origem polar. “O inverno 2020 na região Sul não será muito diferente do que o produtor já está acostumado, com grande variação de temperaturas, mas sem os excessos de chuvas caraterísticos dos anos de El Niño que pode comprometer a sanidade dos cereais de inverno e até mesmo a qualidade dos grãos colhidos”, avalia Gilberto Cunha.
Ele lembra, ainda, que a primavera, historicamente, é a estação mais chuvosa, especialmente na metade norte do Rio Grande do Sul, mas a expectativa inicial, sem a presença de El Niño, é de uma primavera com temperaturas mais baixas e sem os excessos de chuvas característicos dos anos que esse fenômeno atua.