Produção da safra de grãos deve avançar 1,8%, aponta levantamento do IBGE

Estimativa é de colheita de 245,9 milhões de toneladas

09/06/2020 às 11:16 atualizado por IBGE - | Siga-nos no Google News
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De acordo com levantamento divulgado nesta terça-feira (09), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a estimativa de maio da safra de grãos 2020 teve redução em relação à anterior, de abril de 2019, mas manteve-se no patamar recorde na série histórica do IBGE, com 245,9 milhões de toneladas.

Na comparação à safra obtida em 2019 (241,5 milhões de toneladas), a estimativa atual é 1,8% superior (mais 4,4 milhões de toneladas). Frente ao mês anterior, o valor é 0,5% inferior (menos 1,1 milhão de toneladas).

A área a ser colhida foi de 64,6 milhões de hectares, o que representa crescimento de 2,1% no comparativo à área colhida em 2019, com o aumento de 1,4 milhão de hectares. Em relação ao mês anterior, o crescimento foi de 96,2 mil hectares (0,1%).

O arroz, o milho e a soja, os três principais produtos do grupo, somam 92,2% da estimativa da produção e 87,3% da área a ser colhida. Na comparação com 2019, houve acréscimos de 1,7% na área do milho (aumentos de 4,7% na primeira safra de milho e de 0,5% na segunda) e de 2,9% na área da soja, mas declínios de 2% na área de arroz e de 0,2% na área do algodão herbáceo. 

Na produção, estimam-se altas de 5,2% para a soja, de 5,3% para o arroz e de 0,1% para o algodão herbáceo, e redução de 3,8% para o milho (mais 2,2% na primeira safra e menos 5,9% na segunda). 

Para a soja, foi obtida uma estimativa de produção de 119,4 milhões de toneladas; para o milho, de 96,7 milhões de toneladas (26,6 milhões de toneladas na 1ª safra e 70,2 milhões de toneladas na 2ª safra); para o arroz, de 10,8 milhões de toneladas e, para o algodão, de 6,9 milhões de toneladas.

Elaborado pór Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

Soja
A quinta estimativa de produção de soja, para 2020, totalizou 119,4 milhões de toneladas, o que representa um aumento de 5,2% em relação à safra anterior. Na atualização mensal, registrou-se uma retração de 1,4% no volume colhido. Contudo, mesmo com este declínio, a produção nacional deve superar o recorde de volume de soja produzido no país em 2018.  

A produção gaúcha, estimada em 11,2 milhões de toneladas, declinou 16,1% em relação ao mês de abril, ou o equivalente a 2,1 milhões de toneladas. Em relação ao ano anterior, o declínio na produção foi de 39,3%, ou 7,3 milhões de toneladas. O estado vem sofrendo com uma forte seca desde dezembro de 2019, e que se estendeu até o mês de maio, prejudicando grande parte das áreas produtoras de soja. A escassez de chuvas influenciou diretamente o rendimento médio do grão, que deve ficar próximo de 1,9 toneladas por hectare, uma queda de 40,7% na comparação com a média estadual de 2019.

Milho
A estimativa da produção decresceu 0,4%, totalizando 96,7 milhões de toneladas, frente à última estimativa e 3,8% (3,9 milhões de toneladas) frente a 2019. A primeira safra deve participar com 27,5% da produção brasileira de 2020 e, a segunda, com 72,5%.

Na 1ª safra de milho, a produção alcançou 26,6 milhões de toneladas, e ficou praticamente estável em relação à informação do mês anterior. Houve aumento na produção do Ceará (50,7% ou 245,7 mil toneladas), em decorrência do clima mais favorável. Outros crescimentos da produção foram verificados no Rio Grande do Norte (28,9% ou 7,7 mil toneladas), em Pernambuco (14,9% ou 10,1 mil toneladas), na Bahia (3,3% ou 50,0 mil toneladas). Os declínios mais relevantes foram verificados no Rio Grande do Sul (9,2% ou 426,3 mil toneladas), na Paraíba (11,1% ou 10,8 mil toneladas) e no Mato Grosso do Sul (7,8% ou 10,7 mil toneladas). Em relação a 2019, a produção foi 2,2% maior.

Para a 2ª safra, a estimativa da produção foi de 70,2 milhões de toneladas, declínio de 0,6% em relação ao mês anterior. As reduções mais significativas na estimativa da produção foram informadas pelo Paraná (7,9% ou 971,9 mil toneladas), pelo Mato Grosso do Sul (2,9% ou 265,2 mil toneladas) e por Goiás (3,2% ou 300,8 mil toneladas). Os maiores crescimentos nas estimativas de produção, em relação ao mês anterior, foram verificados no Mato Grosso (3,6% ou 1,1 milhão de toneladas). Na comparação com o ano anterior, a produção do milho 2ª safra apresenta declínio de 5,9%, com o rendimento médio decrescendo 6,4%.

Houve declínios na produção do Paraná (16,1%), Goiás (9,4%), Mato Grosso do Sul (9,5%), Minas Gerais (9,7%) e São Paulo (14,6%), tendo crescido 0,8% no Mato Grosso. Na comparação com o ano anterior, a produção do milho 2ª safra apresenta declínio de 5,9%, com o rendimento médio decrescendo 6,4%.

Café
A estimativa da produção brasileira de café foi de 3,4 milhões de toneladas, ou 57,3 milhões de sacas de 60 kg, declínio de 0,7% em relação ao mês anterior. Em relação ao ano anterior, a estimativa da produção foi 14,7% maior.

Para o café arábica, a produção estimada foi de 2 550,1 mil toneladas, ou 42,5 milhões de sacas de 60 kg, crescimento de 0,5% em relação ao mês anterior e de 23,0% frente ao ano anterior (devido à bienalidade positiva da safra). Em Minas Gerais, principal produtor brasileiro, devendo responder por 74,1% da produção em 2020, a estimativa da produção, de 1,9 milhão de toneladas, ou 31,5 milhões de sacas de 60 kg, apresenta crescimento de 27,4%, devendo o rendimento médio aumentar em 19,6% em relação ao ano anterior.

Para o café canephora, mais conhecido como conillon, a estimativa da produção, de 885,6 mil toneladas, ou 14,8 milhões de sacas de 60 kg, apresenta declínios de 3,9% em relação a abril e de 4,0% frente a 2019. A produção capixaba, que representa 67,4% do total nacional, encontra-se 5,7% menor, em decorrência do declínio de 6,0% no rendimento médio. Outros produtores importantes, como Rondônia e Bahia, mantiveram as produções levantadas em abril.

Arroz
A produção de 10,8 milhões de toneladas apresenta um crescimento de 1,7% em relação a abril, devido à reavaliação no rendimento médio, que alcançou 6,5 mil kg/ha. A região Sul, que concentra cerca de 83% da produção nacional, apresentou um incremento de 2,6%, devido ao aumento de 2,4% na produtividade da cultura.

Na comparação ao ano anterior, a produção de arroz aumentou 5,3%, apesar de a área plantada ter declinado em 2,8%. O rendimento médio ficou 7,4% maior.


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