Emater/RS-Ascar faz recomendações para amenizar efeitos da estiagem no ramo de leite

Estiagem afetou o faturamento do mercado no Rio Grande do Sul em R$ 137 milhões

14/05/2020 às 18:04 atualizado por Emater/ RS - | Siga-nos no Google News
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Associada a queda prevista na produção de pasto, por conta do vazio forrageiro (período caracterizado pelo fim do ciclo das culturas de verão e início de cultivo das culturas de estação fria), o produtor de leite tem agora de enfrentar a escassez de silagem, devido à estiagem que prejudicou as lavouras de milho. Os dois problemas somados têm gerado preocupação no segmento produtivo que gera renda para aproximadas 51 mil famílias no Rio Grande do Sul.

A estiagem, segundo estimativa da Emater/RS-Ascar, retirou 114,3 milhões de litros da produção estadual de leite, no período de dezembro do ano passado a março deste ano. Essa diminuição na produção resulta em menos R$ 137 milhões na renda dos produtores, o que significa dizer que, durante três meses, cada família deixou de receber uma renda aproximada de R$ 2.700,00.

Em meio a este cenário, a Emater/RS-Ascar, parceira da Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), recomenda aos produtores de leite ajuste no rebanho e na alimentação dos animais, duas ações que podem ser adotadas imediatamente, no curto prazo.

Ajustes
Para ajustar o rebanho, o extensionista rural da Emater/RS-Ascar, Oldemar Weiller, sugere as seguintes medidas:

  • Descarte: sabendo que na propriedade há diferentes categorias de animais, competindo o tempo todo por espaço e comida, no momento atual o descarte de machos, mestiços e animais com limitada produção é uma alternativa a ser considerada; neste período, recomenda-se preservar somente os animais imprescindíveis para a manutenção do sistema de produção de leite: vacas jovens, novilhas prenhas, terneiras de boa qualidade e animais no terço final de gestação; outra recomendação, secar as vacas prenhas e com lactação avançada, para que se consiga reduzir seu consumo de alimentos, em benefício de animais recém-paridos, que necessitam de mais alimento e que darão melhor resposta à produção;
  • Avaliação da disponibilidade de volumoso na propriedade (silagem, cana-de-açúcar, capins, pastagens perenes, fenos e palhas);
  • Prioridade a vacas em início de lactação no acesso ao concentrado (alimentos energéticos ou proteicos);
  • Não desperdiçar concentrado.

Ajuste alimentar
O ajuste na alimentação, de acordo com Weiller, pode ser feito da seguinte maneira:

  • Planejamento forrageiro: estimar o tempo necessário para se iniciar a utilizar as culturas de inverno e dimensionar a quantidade de matéria seca que será possível incrementar;
  • Aquisição de alimentos volumosos: avalizar a qualidade do produto e a viabilidade econômica da sua utilização;
  • Forrageiras de inverno: para diminuir o uso de concentrado e aumentar a produção de leite, forrageiras como a aveia e azevém prolongam o período de uso, podendo ser superior a seis meses, pois a aveia concentra sua produção no outono-inverno e o azevém, no inverno-primavera;
  • Semeadura: o momento certo de semear as forrageiras é a partir de março, em casos extremos em junho, pois umidade e baixa temperatura no solo reduzirão o crescimento das plantas e atrasar a refeição das vacas;
  • Ponto de entrada e saída dos animais dos piquetes: para garantir o rebrote da pastagem, os animais devem ingressar nos piquetes quando as gramíneas anuais de inverno estiverem a uma altura aproximada de 30 centímetros; quando as gramíneas forem reduzidas a uma altura mínima de sete centímetros, é hora de retirar os animais.

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