Em abril, IBGE prevê alta de 2,3% na safra de 2020

Produção de cereais, leguminosas e oleaginosas para 2020 foi estimada em 247,0 milhões de toneladas

12/05/2020 às 11:59 atualizado por Assessoria | Siga-nos no Google News
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Em abril, a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas para 2020 foi estimada em 247,0 milhões de toneladas, 2,3% acima da safra de 2019 (mais 5,5 milhões de toneladas) e 0,8% superior ao mês anterior (mais 1,9 milhão de toneladas). Já a área a ser colhida é de 64,5 milhões de hectares, 2,0% acima da de 2019 (mais 1,3 milhão de ha) e 0,2% maior que a estimativa anterior (mais 152,1 mil ha).

O arroz, o milho e a soja são os três principais produtos deste grupo e, somados, representaram 92,6% da estimativa da produção e responderam por 87,4% da área a ser colhida. Em relação a 2019, houve acréscimos de 1,7% na área do milho (aumentos de 4,1% no milho de primeira safra e de 0,4% no milho de segunda safra), de 2,5% na área da soja e de 0,9% para a área do algodão herbáceo, além de queda de 1,9% na área de arroz.

 

Estimativa de abril para 2020 247,0 milhões de toneladas
Variação safra 2020 / safra 2019 2,3% (5,5 milhões de toneladas)
Variação safra 2020 / 3ª estimativa 2020  0,8% (1,9 milhões de toneladas)

 

 

A estimativa é de acréscimos de 6,7% para a soja (121,0 milhões de toneladas) e de 3,5% para o arroz (10,6 milhões de toneladas). São esperados decréscimos de 3,4% para o milho (crescimento de 2,2% no milho de primeira safra e decréscimo de 5,4% no milho de segunda safra), com produção de 97,1 milhões de toneladas (26,6 milhões de toneladas de milho na primeira safra e 70,6 milhões de toneladas de milho na segunda safra) e declínio de 2,0% para o algodão herbáceo (6,8 milhões de toneladas).

A distribuição da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas foi a seguinte: Centro-Oeste (115,2 milhões de toneladas), Sul (76,1 milhões de toneladas), Sudeste (24,1 milhões de toneladas), Nordeste (21,1 milhões de toneladas) e Norte (10,5 milhões de toneladas). Isso representa aumento em quase todas as regiões: Centro-Oeste (3,3%), Região Norte (7,0%), Região Nordeste (1,5%) e Região Sudeste (1,4%). A Região Sul declinou 1,4%.

Na distribuição da produção pelas Unidades da Federação, o Mato Grosso lidera como maior produtor nacional de grãos, com uma participação de 27,9%, seguido pelo Paraná (16,7%), Rio Grande do Sul (11,4%), Goiás (10,4%), Mato Grosso do Sul (8,0%) e Minas Gerais (6,0%), que, somados, representaram 80,4% do total nacional. Com relação à participação das regiões brasileiras, tem-se a seguinte distribuição: Centro-Oeste (46,6%), Sul (30,8%), Sudeste (9,8%), Nordeste (8,5%) e Norte (4,3%).

Destaques na estimativa de abril de 2020 em relação a março

Em abril, destacaram-se as variações nas seguintes estimativas de produção em relação a março: trigo (27,7%), da cevada (11,3%), da aveia (6,0%), do tomate (2,3%), do sorgo (2,1%), do feijão 1ª safra (1,6%) e da soja (0,3%). Houve declínios na produção do feijão 2ª safra (-7,7%), da mandioca (-1,8%) e do milho 2ª safra (-0,2%).

Em números absolutos, os destaques foram para as variações do trigo (1,4 milhão de toneladas), soja (324,0 mil toneladas), milho de 2ª safra (-114,8 mil toneladas), tomate (88,1 mil toneladas), sorgo (56,5 mil toneladas), aveia (54,8 mil toneladas), cevada (42,6 mil toneladas), feijão de 1ª safra (21,2 mil toneladas), feijão 2ª safra (-96,8 mil toneladas) e mandioca (-346,5 mil toneladas).

CEREAIS DE INVERNO (em grão) – A produção do trigo foi estimada em 6,2 milhões de toneladas, crescimento de 27,7% em relação a março. Em relação ao ano anterior, a estimativa é 19,4% maior. A Região Sul deve responder, em 2020, por 88,7% da produção tritícola nacional. No Paraná, a produção foi estimada em 3,5 milhões de toneladas, crescimento de 63,2% em relação ao mês anterior. O rendimento médio e a área plantada cresceram 55,4% e 5,0%, respectivamente. A produção paranaense subiu 64,1% em relação a 2019. O Rio Grande do Sul deve produzir 1,9 milhão de toneladas, declínio de 17,5% em relação ao ano anterior e, Santa Catarina, 155,1 mil toneladas.

A estimativa da produção da aveia foi de 972,1 mil toneladas, crescimento de 6,0% em relação ao mês anterior. Os maiores produtores do cereal são Rio Grande do Sul, com 632,6 mil toneladas, e Paraná, com 231,5 mil toneladas. Em relação a 2019, a produção da aveia deve crescer 6,6%.

Para a cevada, a produção estimada é de 418,6 mil toneladas, crescimento de 11,3% em relação a março. Os maiores produtores do cereal são Paraná, com 286,6 mil toneladas, e Rio Grande do Sul, com 117,0 mil toneladas. Em relação ao ano anterior, a produção de cevada deve crescer 4,5%.

FEIJÃO (em grão) – A estimativa da produção foi de 3,0 milhões de toneladas, declínio de 2,4% em relação ao mês anterior. A estimativa para a área plantada e para o rendimento médio diminuíram 0,6% e 1,8%, respectivamente. Neste levantamento, os maiores produtores, somadas as três safras, são Paraná com 22,2%, Minas Gerais com 16,6% e Goiás com 11,3% de participação na produção nacional. Com relação à variação anual, a estimativa para a área plantada e para a produção foi reduzida em 4,8% e 1,9%, respectivamente. Já o rendimento médio foi reduzido em 1,4%.

1ª safra de feijão foi estimada em 1,4 milhão de toneladas, aumento de 1,6% frente à estimativa de março, o que representa 21,1 mil toneladas. Destaque positivo para o Ceará, que teve a produção aumentada 18,3%, o equivalente a 17,8 mil toneladas, em decorrência do crescimento do rendimento médio, que foi de 23,7%. Houve crescimentos de 5,8% na produção, de 0,8% na área colhida e de 5,0% no rendimento médio, em relação ao ano anterior. Nesta avaliação, as Unidades da Federação com maior participação na estimativa de produção foram Paraná (23,8%), Minas Gerais (11,9%) e São Paulo (10,5%).

2ª safra de feijão foi estimada em 1,2 milhão de toneladas, redução de 7,7% frente à estimativa de março, refletindo o rendimento médio que ficou 7,6% menor. Devido a uma forte estiagem, houve declínio de 22,7% na estimativa de produção do Paraná (98,2 mil toneladas.) Em contrapartida, Alagoas aguarda um aumento de 10,5% em sua estimativa de produção. Já em relação à variação anual, a estimativa de produção nacional recuou 0,6%. Para o rendimento médio, está previsto um aumento de 5,1% e, para a área a ser colhida, um declínio de 5,4%. As maiores estimativas de produção, para esta safra, foram dos Estados do Paraná (28,8%), Bahia (15,9%) e Minas Gerais (14,6%).

Com relação à 3ª safra de feijão, a estimativa de produção foi de 464,1 mil toneladas, aumento de 0,6% frente a março. A área a ser plantada também teve sua estimativa aumentada em 0,5%. Destaque para Goiás que prevê aumento de 1,9% para a estimativa de produção e de 1,8% para a área plantada. Em relação ao ano anterior, a estimativa de produção sofreu uma redução de 21,1%, com a área a ser plantada declinando 20,2%.

MANDIOCA (raiz) - A estimativa da produção foi de 18,8 milhões de toneladas, 1,8% abaixo do mês anterior. Houve redução de 1,3% na área plantada e de 0,5% no rendimento médio. Em abril, caíram as estimativas de produção do Acre (-39,0%) e de Rondônia (-5,7%).

Os aumentos na estimativa da produção mais importantes foram em Alagoas (4,1%), Minas Gerais (5,5%) e Paraná (0,3%), embora insuficientes para compensar o declínio da produção na Região Norte. Preços pouco compensadores têm desestimulado o plantio da mandioca.

MILHO (em grão) – A estimativa da produção cresceu 0,1%, totalizando 97,1 milhões de toneladas. Em relação ao ano anterior, a produção encontra-se menor em 3,5 milhões de toneladas (-3,4%), com queda de 5,7% no rendimento médio, e aumentos de 1,8% na área a ser plantada e de 2,4% na área a ser colhida.

Na 1ª safra de milho, a produção alcançou 26,6 milhões de toneladas, acréscimo de 0,8% em relação a março. Em relação a 2019, a produção foi 2,2% maior, havendo incrementos de 2,3% na área plantada e declínio de 1,9% no rendimento médio. A área a ser colhida apresentou aumento de 4,1%.

Houve aumento na produção do Ceará (37,6% ou 132,6 mil toneladas), tendo o rendimento médio crescido 40,5% em decorrência do clima favorável. Outros crescimentos da produção foram verificados em Rondônia (9,5% ou 12,3 mil toneladas), Maranhão (0,8% ou 9,4 mil toneladas) e Paraná (1,8% ou 62,0 mil toneladas). Apesar da concorrência pelas áreas disponíveis de plantio com a soja, que normalmente apresenta rentabilidade maior, a demanda crescente pelo cereal manteve os preços do produto em patamares elevados, o que contribuiu para aumentar os investimentos nas lavouras do milho da primeira safra.

Para a 2ª safra, a estimativa da produção foi de 70,6 milhões de toneladas, declínio de 0,2% em relação ao mês anterior. A redução mais intensa da estimativa da produção foi no Paraná (2,0% ou 250,3 mil toneladas). Já os maiores crescimentos devem vir de Rondônia (9,0% ou 73,6 mil toneladas), Alagoas (12,7% ou 6,5 mil toneladas) e Goiás (0,6% ou 54,9 mil toneladas). Na comparação anual, a produção do milho 2ª safra apresenta declínio de 5,4%.

SOJA (em grão) – A estimativa de produção de soja para 2020 totalizou 121,0 milhões de toneladas, o que representa um aumento de 6,7% em relação à safra anterior. Na atualização mensal, verificou-se um acréscimo de 0,3% no volume colhido, impactado, principalmente, pela atualização de dados em Rondônia e na Bahia, e com registro de uma leve redução da produção no Paraná. Com esses novos dados, a produção nacional estimada para o ano permanece superior ao recorde de volume de soja registrado no País em 2018.

Houve revisão de dados em Rondônia, que registrou acréscimo de 196,5 mil toneladas, o que representa um aumento de 16,9% na comparação com o mês anterior. O rendimento médio da cultura na Bahia, que neste ano deve atingir 3 549 kg/ha, também foi revisto em 2,9%, elevando a estimativa de produção em 159,0 mil toneladas.

Por outro lado, o Paraná, segundo maior produtor nacional, com o fechamento da colheita da primeira safra, revisou o rendimento médio da cultura, registrando decréscimo de 0,3%, o que impactou na redução de 61,2 mil toneladas de grãos, na comparação com a produção levantada no mês de março. Ainda assim, a produção deve alcançar 20,7 milhões de toneladas em 2020, novo recorde para o estado.

Em relação ao ano anterior, o Rio Grande do Sul e Santa Catarina devem apresentar queda na produção anual de 27,7% e 3,5%, respectivamente, em decorrência de uma forte estiagem nos primeiros meses do ano. O Mato Grosso, que em 2020 deve responder por 28,7% do volume de soja a ser produzido pelo País, com um volume estimado de 34,7 milhões de toneladas, segue como maior produtor nacional.

SORGO (grão) – A estimativa da produção foi de 2,7 milhões de toneladas, aumento de 2,1% em relação ao mês anterior. O rendimento médio apresentou crescimento de 1,2% devido às boas condições climáticas ocorridas em algumas Unidades da Federação. Na Região Centro-Oeste, Goiás aumentou sua estimativa de produção em 4,5%. Com uma produção de 1,3 milhão de toneladas, é o maior produtor brasileiro do cereal, devendo participar com 47,7% do total nacional em 2020.

A estimativa de produção do sorgo está 5,9% maior que a produção obtida em 2019, influenciada, principalmente, pelo aumento do rendimento médio, estimado em 5,2%. Diversas Unidades da Federação aumentaram as estimativas de produção, dentre elas: Ceará (150,0%), Pernambuco (104,9%), Bahia (22,7%), Mato Grosso (15,2%), Goiás (19,5%) e Distrito Federal (58,0%).

TOMATE - A produção deve alcançar 3,9 milhões de toneladas, um aumento de 2,3% em relação ao divulgado em março. As variações positivas ocorreram, principalmente, no Paraná (60,2%), Minas Gerais (0,9%) e Rio de janeiro (0,6%). Apesar do aumento em abril, diversos fatores têm afetado negativamente a cultura, como, o elevado custo de produção, que tem afastado os produtores e, consequentemente, reduzido a área cultivada. Em relação ao ano anterior, a queda na produção chega a 4,8%, com redução de 3,9% na área plantada.

 


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