Em crise, muitas usinas podem fechar

07/05/2020 às 11:16 atualizado por Valter Puga Júnior - SBA | Siga-nos no Google News
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O setor sucroalcooleiro já se contrai enquanto espera um auxílio do Governo Federal para superar a crise que – mais uma vez – atinge as usinas. A restrições de circulação impostas pela Pandemia do novo Coronavírus fez desabar a demanda por combustíveis e com ela as cotações do petróleo e do etanol.

Sem recursos em caixa, sem financiamento especial para armazenar, e sem contar com medidas de estímulos extras para o consumo (aumento de impostos na gasolina, por exemplo), as usinas fogem do etanol e procuram suporte no mercado de açúcar. A Companhia Nacional de Abastecimento, a Conab, estima que a produção de etanol recua 10,30% em relação a safra passada, ou seja, não passa de 32 bilhões de litros em 2020/21. Já a de açúcar aumenta 18,5% para 35,3 milhões de toneladas.

As cotações do petróleo reagem, apoiadas em alguma redução de oferta e numa tímida perspectiva de retomada de atividade econômica em um ou outro país ensejando saída da fase crítica da Pandemia. Mas as altas ainda estão longe de alterar os preços dos combustíveis como o etanol. 

O resultado é preocupante. Das 350 usinas instaladas no Brasil, mais de 100 encontram-se em recuperação judicial. E se juntas essas indústrias faturam cerca de R$ 100 bilhões, é preciso lembrar que devem quase R$ 90 bilhões. Há usinas que sequer dispõem de capital de giro para o pagamento de contas imediatas e, o pior, muitas sem lastro para obter crédito.

Por isso, estima-se que quase 25% das usinas brasileiras encerrem atividades até o final do ano. Para arrendante de terras ou para fornecedor de cana, mudanças a vista.


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