Da maçã à sidra

Com grande produção no Rio Grande do sul, ela estará na mesa de milhares de brasileiros nas festas de final de ano

25/12/2019 às 07:01 atualizado por Ariella Guimarães* - SBA | Siga-nos no Google News
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Ela é mundialmente conhecida, está presente inclusive nos contos de fada e na religião. Consumida em todos os continentes, é apreciada por diferentes povos do planeta inteiro. Típica de clima frio, a macieira, trazida pelos primeiros colonizadores europeus para as terras brasileiras, encontrou inicialmente em Santa Catarina as condições adequadas para seu cultivo. Ao avançar para o Rio Grande do Sul e Paraná, passou a formar o principal polo produtor da fruta.

O Estado gaúcho, que é hoje o segundo maior produtor de maçãs do Brasil, colheu a partir do mês de fevereiro 45% das maçãs do país, segundo a Associação Gaúcha dos Produtores de Maçã (Agapomi). A área de cultivo é de 14 mil hectares, distribuídos em 26 municípios. As macieiras são a principal fonte de renda para 550 pequenos, médios e grandes produtores. A região dos Campos de Cima da Serra é o grande destaque: concentra 88% da produção gaúcha e 37% da nacional.

 

Processo de produção no interior do Rio Grande do Sul. Foto por: Vinícola Pradense

 

A pomicultura (cultura de árvores frutíferas) foi se espalhando aos poucos pelo país, mas só começou a prosperar comercialmente nos anos de 1960, quando grandes empresas instalaram pomares e montaram infraestrutura para o desenvolvimento da fruteira. A partir de então, com a implementação de novas tecnologias na cadeia de produção da macieira, se obteve um aumento significativo da quantidade e do volume colhido da fruta.

A maçã está presente, principalmente, nas festas de final de ano, em pratos que são de costumes do brasileiro e nas tão apreciadas Sidras. No interior do Rio Grande do Sul, mais precisamente no município de Antônio Prado, a Vinícola Padrense produz cerca de 12 milhões de Fermentados de Maçã por ano. Ela também é a maior do ramo no país, além de equipamentos de ponta - filtros com ultra e microfiltração importados, é a única empresa que tem essa tecnologia de armazenamento no Brasil. Cerca de 5 milhões litros. A Vinícola é considerada referência no mercado de fermentado de maçã para vinagre, sidra, espumante e cervejaria.

A maior parte do Fermentado de maçã para essa época de final de ano, é vendida entre os meses julho, agosto e setembro, disse o Sócio Diretor, Eloi Giovani Verz.

Eloi também afirmou:
Já estamos com novos planos, vamos começar com a Ice, de sabores naturais de frutas e Sidras. Ambos em embalagem de alumínio - latas. Todos com a nossa marca.

 

A produção da Sidra envolve equipe técnica multidisciplinar. Foto por: Vinícola Pradense


 

Produção
Segundo o Sócio Diretor, Eloi Giovani Verza, na Vinícola Pradense, todo o processo de fabricação começa na compra das maçãs, que são as chamadas ‘indústria’(tais como: maçãs com pequenos defeitos, menores de tamanho, não tão bonitas para serem vendidas no mercado).

Após esse processo, ela é triturada; 
Fica algumas horas na enzima;
Passa pelo Decanter (que separa o líquido do bagaço -  o bagaço vira ração animal e o líquido continua em processo);
Fica em fermentação em torno de 20 dias; 
Depois é feito a clarificação;
Filtração; 
Por último, a estocagem no tanque de inox modelo 304. 

Na parte de estocagem é separada a Sidra do Vinagre de maçã. Quase não é usado conservantes no vinagre de maçã, pois o próprio produto se conserva, já na sidra é colocado um gás para proteger o líquido. Então, a sidra nada mais é do que açúcar e fermentado alcoólico de maçã. Para ser chamada assim, a bebida não deve conter nem sequer água. As únicas substâncias que podem ser adicionadas à receita são o gás carbônico e os conservantes.

Um dos maiores compradores do fermentado de maçã para sidra, é a empresa CRS Brands/Cereser de São Paulo, que por ano compra cerca de 7 milhões de litros de fermentados para a fabricação da sidra - a empresa é a maior fabricante de Sidra do país. Após a compra, é enviado ao destino em tanques, onde o processo continua. Lá o líquido é adoçado, carbonatado e engarrafado (permanece  com o mesmo teor alcoólico de 6 desde a estocagem até chegar o consumidor). Depois é vendido para dentro e fora do país. O produto nacional segue sendo valorizado. Um longo processo que sai da macieira para a garrafa e estará presente nas festas de final de ano dos brasileiros.

Foto de capa por Vinícola Pradense.

 

*Texto supervisonado por Anelise Nicolodi


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