Acordo do Mercosul com União Europeia é desvantajoso para produtor de batatas, diz Cepea e HF Brasil

Aliança deve eliminar as taxas de importação de 10% pagas pelo bloco europeu às batatas processadas

16/12/2019 às 16:26 atualizado por Rafaela Flôr* - SBA | Siga-nos no Google News
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Vivenciando um aumento da demanda interna por batata processada, acompanhada de uma expansão da capacidade produtiva das indústrias instaladas em território nacional, agentes brasileiros de processadoras estão temerosos quanto aos impactos do acordo Mercosul-União Europeia, de acordo com boletim divulgado pela Hortifruti Brasil (HF). A publicação informa que isso é porque a aliança deve eliminar as atuais taxas de importação de 10% pagas pelo bloco europeu às batatas processadas encaminhadas ao Mercosul, que existem, justamente, para proteger a indústria brasileira.

Nos custos nacionais, pesa a elevada carga tributária, que não recai sobre as importações. Segundo agentes consultados pela Hortifruti Brasil, esse acordo tem mais desvantagens que vantagens para o setor processador de batatas, já que pode resultar em considerável aumento nas importações de batata pré-frita europeia, que é altamente competitiva.

Em 2018, por exemplo, o volume de batata processada importada pelo Brasil chegou a 333,8 mil toneladas, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), dos quais 53,6% eram de origem europeia e 44,3%, argentina. Esse volume importado atualmente corresponde a mais de 60% das necessidades de consumo nacional. Ressalta-se que a disputa não se limitará entre Brasil e Europa; a Argentina – segundo maior fornecedor de batatas do Brasil em 2018 e já sem taxas – também sentirá a ameaça do velho continente, concorrendo pelo mercado brasileiro.

Com informações de Cepea e HF Brasil.
*Texto supervisionado por Douglas Ferreira.

 


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