Mato Grosso espera produzir 2 bilhões de litros de etanol de milho até 2020

Estado é o maior produtor de etanol de milho no Brasil e deve ter cinco novas usinas de grande porte do setor até 2021

28/10/2019 às 15:30 atualizado por Pâmela Machado* - SBA | Siga-nos no Google News
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A produção de etanol de milho no Brasil está em crescimento e Mato Grosso é um estado de destaque no segmento. De acordo com o presidente da União Nacional de Etanol de Milho (Unem), Guilherme Nolasco, a projeção para o setor em 2020 é do uso de 4,7 milhões de toneladas de milho para a produção de 2,0 bilhões de litros de etanol de milho em Mato Grosso. Enquanto para 2028, a expectativa é a produção de 4 bilhões de litros de etanol de milho, utilizando 10 milhões de toneladas do grão. O crescimento do setor pode proporcionar diferentes benefícios para a região, desde empregos até maior oportunidade de geração de receita para o produtor do grão

Mato Grosso: Maior produtor de etanol de milho

Como já citado, Mato Grosso é o maior produtor nacional do etanol de milho. Em 2019, foram produzidos 1,1 bilhão de litros do produto, com aumento de 66% com relação ao total produzido em 2018. Segundo Guilherme Nolasco, a abundância do milho é um dos fatores que colabora para que a região seja destaque na produção. “Mato Grosso produz 31,1 milhões de toneladas, previsão para 2019, em segunda safra. Além disso, o produto é comparativamente mais barato para as indústrias que estão instaladas no estado, pois os custos com frete são menores”.

De acordo com o presidente do Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras do Estado de Mato Grosso (Sindalcool), Silvio Pereira Rangel, Mato Grosso tem expectativa de cinco novas usinas de etanol de milho com grande porte até 2021. O estudo da Agroícone aponta que duas dessas usinas serão instaladas instaladas nos municípios de Sorriso e Campo Novo do Parecis, gerando direta e indiretamente cerca de 10 mil empregos. Outros benefícios que a construção de uma nova usina pode proporcionar são: fomento a atividades econômicas paralelas à produção e arrecadação de impostos. Entretanto, a logística ainda é um entrave para crescimento da produção, principalmente em Mato Grosso.

Silvio Rangel aponta que para a safra 2019/2020 a produção de etanol no Mato Grosso seja de 1,390 bilhão de etanol de milho, enquanto a produção de etanol de cana ficará em 1,195 bilhão. Segundo o presidente do Sindalcool, o estado tem fatores, além da produção do milho, que colaboram para a produção do etanol do grão no estado. “O DDG é o grande incentivador de sua utilização, haja vista que temos o maior rebanho bovino de Brasil, 33 milhões de cabeças, suínos, aves e peixes, em cuja criação poder-se-á utilizar aquele coproduto. O outro coproduto importante é o etanol”.

Agronegócio na produção de etanol de milho

O presidente da Unem, Guilherme Nolasco, destaca que a produção de etanol de milho impacta em diferentes setores do agronegócio e da economia. “A cadeia da pecuária também será dinamizada com a oferta de DDG, e o setor de reflorestamento e biomassa também tendem a ampliar seu mercado para atender a demanda das indústrias. Também há aumento na arrecadação direta, indireta e induzida, pois utiliza milho que seria exportado sem incidência de ICMS, por exemplo”. Ele afirma que o produtor do grão também ganha, com o fornecimento para a usina sendo mais uma alternativa para geração de receita e a competitividade ampliada, por causa da redução do custo de frete.

Segundo Silvio Rangel, a expectativa para o cenário da produção de milho é positiva. “Considerando-se a produção crescente de milho, que deve atingir 50 milhões de toneladas em 2030, o cenário é dos mais promissores, levando em conta a produção de proteína para alimentação animal e etanol, biocombustível fundamental na redução do efeito estufa e que muito contribuirá para cumprirmos as metas assumidas na COP 21”.

Etanol de Milho

Entre o etanol de milho e o de cana-de-açúcar não há diferenças, entretanto há diferença para os demais combustíveis. Guilherme Nolasco destacou que por não se tratar de um combustível fóssil, o etanol de milho produz menos efeito estufa, além disso, algumas indústrias conseguem reaproveitar totalmente a matéria prima e não gerar efluentes, que são os resíduos provenientes das indústrias. “A possibilidade de produção de quatro produtos a partir de um mesmo insumo também é um diferencial. Além do etanol de milho, a indústria entrega óleo de milho, faz co-geração de energia, aproveitada no processo industrial, e DDG,grãos de milho secos por fermentação, muito usados para ração animal”.


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