Montagem do genoma do fungo da ferrugem-asiática é realizada por pesquisa inédita

Resultados permitem futuramente entender como ocorre a resistencia aos fungicidas e de que maneira ocorrem as mutações

03/10/2019 às 17:29 atualizado por Pâmela Machado* - SBA | Siga-nos no Google News
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Foto: Embrapa/Lebna Landgraf
Foto: Embrapa/Lebna Landgraf

Um consórcio internacional, composto pela Bayer e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) levou ao sequenciamento e à montagem do genoma do fungo causador da ferrugem asiática (Phakopsora pachyrhizi), a doença que assola as lavouras brasileiras de soja. O consórcio é formado por 12 entidades públicas e privadas, de diversas localidades e tem como ideia principal tornar público o acesso ao genoma do fungo causador da ferrugem e permitir seu uso para pesquisas futuras. 

Os resultados foram obtidos a partir de uma amostra brasileira coletada em Minas Gerais, em 2006. O líder de Soluções Agronômicas para Soja e Algodão da Bayer na América Latina, Rogério Bortolan afirma que o mapeamento do genoma permite entender como as mutações iniciaram e antecipar novas variações do fungo. A Embrapa participa também disponibilizando amostras de DNA de outros 44 isolados puros para análises. Estes isolados fazem parte de uma coleção da Embrapa Soja que foram obtidos em diferentes safras no Brasil, desde 2003.

As variações servirão para compreender a adaptabilidade e evolução do fungo, segundo a pesquisadora da Embrapa Soja, Francismar Marcelino-Guimarães. Dessa forma, a pesquisadora informa que é possível entender como as mutações acontecem e de que maneira resistem aos fungicidas.

Os danos provocados pela ferrugem asiática podem resultar em até 80% de perdas em uma lavoura. E era limitada na forma de controle devido a falta de informação sobre o genoma do fundo, visto que, tentativas anteriores de montagem do genoma falharam devido a complexidade e tamanho. Segundo Francismar com o genoma disponível, é esperado entender sua integração com a soja e demais hospedeiros, dessa forma, abrindo caminhos para novas estratégias de controle. 

Com informações da Embrapa

*Texto com supervisão de Douglas Ferreira


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