Preço do leite aumenta em setembro

Relatório divulgado neste mês pelo Cepea constatou elevação no preço do leite em comparação com agosto

30/09/2019 às 08:40 atualizado por Rafaela Flôr* - SBA | Siga-nos no Google News
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Com o registro de forte queda acumulada de 12,1% em julho e agosto, em termos reais (deflação pelo IPCA de agosto/19), os preços do leite recebido por produtores obteve valorização em setembro. De acordo com o último boletim divulgado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/ SP), a “Média Brasil” líquida de agosto, referente à captação de julho, fechou a R$ 1,3466/litro, recuo de 4,25% frente ao mês anterior (ou de quase 6 centavos/litro). No referido mês, o movimento atípico tem a ver com a pressão das indústrias, que tiveram suas margens apertadas no primeiro semestre causada pelos altos preços da matéria-prima e das fracas negociações dos lácteos.

No entanto, a oferta de leite no campo continuou limitada no decorrer de agosto. Para garantir a compra de matéria-prima, diminuir a ociosidade indesejada (que
se traduz em custos para as indústrias) e manter seus shares de mercado, as indústrias continuaram atuando com concorrência acirrada. A maior disputa, por sua vez, impulsionou as cotações do leite no mercado spot na primeira e segunda quinzenas de agosto, conforme mencionado no Boletim do Leite de agosto/19. Os preços de derivados também cresceram em agosto, como reflexo dos menores estoques.

A baixa oferta é explicada por dois fatores importantes. O primeiro é a sazonalidade, visto que o período seco prejudica a disponibilidade de pastagens. a segunda questão está relacionada à conjuntura do mercado. Neste caso, a saída de produtores da atividade nos últimos anos e a grande insegurança em realizar investimentos de longo prazo frente às incertezas no curto prazo impactam negativamente a capacidade de crescimento da produção em 2019. É importante lembrar que os preços do leite no campo são influenciados pelos mercados de derivados e spot, com certo atraso de um mês nesse repasse de tendência. Isso quer dizer que o preço ao produtor de setembro (relativo à captação de agosto) é influenciado pelas cotações dos derivados e spot de agosto. Os preços ao produtor de outubro, portanto, deverão ser influenciados pelo desempenho dos mercados de derivados e spot de setembro, que registraram quedas de preços na primeira quinzena deste mês, pressionados pela expectativa de recuperação na produção, após o retorno das chuvas no Sudeste e Centro-Oeste.

Com informações Cepea.

*Texto com supervisão de Douglas Ferreira.


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