Pesquisa descobre bactérias que diminuem custo com fertilizante

Embrapa Trigo constatou que há aumento de rendimento nutricional na soja ao utilizá-las

25/09/2019 às 16:49 atualizado por Rafaela Flôr* - SBA | Siga-nos no Google News
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Como alternativa para economizar nos custos de fertilizantes nitrogenados, aumentar o rendimento na lavoura e beneficiar a absorção de água e nutrientes na soja, a Embrapa Trigo encontrou uma bactéria que faz bem à produção ao disponibilizar, também, nitrogênio. O uso deste inoculante garante o desenvolvimento da semente mesmo em períodos de pouca chuva.

As bactérias Bradyrhzobium, que já existem no solo, quando usadas para elaborar inoculantes, promovem a fixação biológica de nitrogênio. O pesquisador responsável, José Pereira da Silva Junior informa que a produção rende até 16% a mais com o uso deste método. O inoculante pode aportar mais de 300 quilos de nitrogênio por hectare (kg de N/ha) para a soja, com um custo até 95% menor em comparação ao fertilizante nitrogenado. Em média, a ureia chega a custar 500 reais por hectare, enquanto o preço do inoculante varia de 8 a 15 reais por hectare. 

Outra bactéria que beneficia a soja é a Azospirillum brasiliense, ao atuar na radicular da planta e reduzir as perdas em casos de escassez hídrica. As duas bactérias podem estar associadas e devem ser utilizadas no último processo no tratamento de sementes, pois a eficiência diminui se expostas à luz solar. Se associadas a alguns fungicidas e inseticidas, podem perder o efeito. 

A orientação dada pelo pesquisador é aplicar o inoculante, granulado ou líquido, direto nas sementes, no máximo, dois dias antes da semeadura, preservando essa mistura na sombra para evitar que as bactérias ressequem e morram. Outra forma é aplicar o inoculante diretamente no sulco da semeadura, mas nesse caso há a desvantagem da necessidade de multiplicar a dose por seis, elevando o custo final. Além disso, é necessário adicionar água ao inoculante. 

Manter o solo úmido durante a semeadura é fundamental para obter o resultado pretendido da inoculação, pois a emergência das sementes depende da umidade e as bactérias precisam que a planta emita as raízes para começarem a agir. Realizar o processo de inoculação diretamente na caixa impede que as bactérias agarrem na semente, além de que a movimentação da máquina pode fazer com que o inocule sedimente e compromete os resultados.

Com informações da Embrapa.

*Texto com supervisão de Douglas Ferreira.


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