“Se você usar o Bonsmara, você vai melhorar a qualidade do gado”

Clélia Pacheco, primeira pecuarista a trazer a raça para o Brasil, explica os benefícios do Bonsmara

19/09/2019 às 15:00 atualizado por Rafaela Flôr - SBA | Siga-nos no Google News
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O Canal do Boi exibirá na próxima terça-feira (24), às 20h30 pelo horário de Brasília, o Leilão Virtual Bonsmara Fazenda Santa Silvéria. O remate vai ofertar 70 touros e 20 novilhas P.O, oriundos da Fazenda Santa Silvéria, localizada em Piratininga (SP). A proprietária da fazenda, Clélia Pacheco, esteve na sede do Canal para a divulgação do leilão e concedeu uma entrevista exclusiva à equipe do portal SBA.

Clélia Pacheco em entrevista ao portal SBA (Foto: Eder Campos)

Canal do Boi: Como foi o processo para trazer esta raça para o Brasil?

Clélia: O processo foi há 20 anos. Alguns produtores pecuaristas na época começaram a usar a raça com inseminação, viram resultado nos animais, que eram muito bons, muito adaptáveis e férteis. Todas as características do Bonsmara. E aí tive a intenção de conhecer a raça na África do Sul e trazer para cá. Na época, só podia trazer a raça pelo embrião, então foi um processo muito complicado. Com o embrião, você demora para ter o objetivo, pra ver o animal, pra ver o resultado. Então nós começamos há 20 anos, mas demorou para vermos os primeiros animais e os primeiros touros. Os resultados demoraram um pouco. Foi um trabalho de desenvolvimento meio lento, mas agora está a todo vapor.

CB: Vocês foram os primeiros a trazer a raça pra cá?

Clélia: Fomos. Na verdade um grupo de criadores foi que começou, eu conheci esse grupo e me juntei a eles.

CB: Como é o nome desse grupo?

Clélia: Eram vários criadores na época que se interessaram e foram atrás.

CB: O que a raça tem a oferecer?

Clélia: A raça é de cruzamento de alta fertilidade. A ideia de quando nós trouxemos a raça para o Brasil, e que permanece, e temos visto resultado, é cruzamento industrial. Tanto usar nas fêmeas zebuínas quanto nas meio-sangue taurinas, ela dá um resultado excepcional. Na meio-sangue taurina você aproveita as F1, já com heterose, já precoces. O Bonsmara, nessas fêmeas F1 continua mantendo heterose. Então, ele vai ter um produto com heterose que vai ser adaptado e que outras raças zebuínas não vão te dar essa possibilidade, porque você vai perder heterose necessariamente e perder adaptação. Com o Bonsmara, você mantém essas duas características.

CB: Qual o benefício de criar estes animais?

Clélia: O maior interesse desta raça é que ela atende às necessidades da pecuária atual moderna, que é ter um animal produtivo. Os insumos estão muito caros, a gente não consegue ter uma pecuária extensiva sem muito cuidado e o Bonsmara é uma raça que tudo que você der para ele, ele vai retribuir. Ele vai ganhar peso, vai desenvolver, a vaca vai emprenhar. Então é uma raça que aproveita ao máximo tudo que você dá para ela. Eu acho que esse é o maior benefício, principalmente falando em cruzamento industrial para quem quer fazer gado comercial, além de ter uma carne de excelente qualidade. Se você usar o Bonsmara, você vai melhorar a qualidade do gado.

Confira o convite de Clélia para o Leilão Bonsmara:

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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*Texto com supervisão de Adriano Falleiros.


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