A antecipação da retirada da vacinação contra febre aftosa no Paraná desagrada produtores do estado. Foi o que disse o presidente da SRP (Sociedade Rural), Antônio Sampaio, ao correspondente do Canal do Boi no estado, Mauro Andrade. O Paraná não participará da segunda etapa da campanha nacional, marcada para novembro. A campanha integra o Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa, do MAPA. O PNEFA dividiu o país em blocos, que, a seu tempo, retiram as campanhas de imunização do gado.
O Paraná integra o bloco 5, ao lado de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O fim da vacinação da aftosa neste bloco, exceto em Santa Catarina – que não tem obrigação de vacinar –, está marcado para 2021.
O governo do Paraná conseguiu, no MAPA, antecipar, para maio último, o fim da vacinação dos rebanhos bovino e bubalino (búfalos).
Para os produtores paranaenses, a medida pode trazer impactos negativos para a pecuária dos estados membros do Bloco 5, porque restringirá o trânsito de animais do Paraná entre esses estados.
O presidente da SRP revela que os pecuaristas estão temerosos da retirada antecipada da vacina, diante de eventuais riscos de focos da doença, como ocorreu em outubro de 2005. “Prejuízos gigantescos foram registrados”, lembrou.
Sampaio diz que o fim das campanhas deve estar de acordo com o previsto no PNEFA. Para ele, a medida obtida pelo governo estadual isola o Paraná dos estados vizinhos.
O repórter Mauro Andrade lembrou que uma das justificativas para a antecipação da retirada da vacina foi a de que as carnes produzidas no estado serão valorizadas no mercado internacional. Sampaio respondeu usando como exemplo o estado de Santa Catarina, o único na Federação desobrigado a vacinar. “Eles estão fechados há 19 anos e nem por isso melhoraram o preço. Os preços do porco e do boi estão menores do que no Paraná.”
A entrevista com o presidente da SRP será exibida na edição desta segunda-feira (12) no programa Mais Pecuária do Canal do Boi. O programa é apresentado de segunda a sexta, de 16h30 às 19h30, no horário de Brasília.