USDA deve reduzir previsões para lavoura de soja dos EUA na safra 2019/20

Estoques finais seguem muito elevados

09/08/2019 às 11:50 atualizado por Fabiano Reis - Canal do Boi | Siga-nos no Google News
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Na segunda-feira tem o relatório de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, as expectativas para o documento têm pouca variação// O fato é que o mercado espera uma redução nas principais culturas trabalhadas (soja e milho), tanto em área, quanto produção.  As causas são conhecidas: por conta dos problemas climáticos enfrentados nos EUA, a limitação comercial causada pelo conflito com a China e também a precisão de espaço de produção destinado ao prevent plant. 

Consultei publicações dos principais analistas norte-americanos para chegar nas previsões médias. No caso da soja o mercado tem estimativa média de 32,80 milhões de hectares. A mínima esperada é de 31,57 mi/ha e a máxima 33,80 mi/ha.

Como disse antes, os impactos climáticos negativos nos Estados Unidos (positivos para a comercialização de soja do Brasil) durante o cultivo da oleaginosa e do milho, trouxe o maior atraso histórico de todos os tempos, de acordo com o próprio USDA. A expectativa é que isso resulta em níveis de produtividade e produção menores.

A média esperada de produtividade é de 53,30 sacas por hectare, com variação de 51,50 a 54,91 sacas. Nada mal para uma safra com tantos problemas.

A produção norte-americana deve ser, evidentemente, menor. Houve uma redução no relatório apresentado em julho, mas para muitos analistas daquele país, o corte não representou a real situação das áreas de produção, do campo. A média esperada é de 103,40 milhões de toneladas, número menor do que os 104,64 mi/ton apresentados em julho, mas situação já precificada pelo mercado. A produção dos EUA pode ainda variar entre 98,85 mi/ton e elevados 108,15 mi/ton. Este o último número só viria se tivesse tido uma melhora muito intensa no cinturão de produção norte-americano.

Por fim, algo que considero, de fato, o elemento mais alarmante no contexto mundial da soja em torno de sua disposição. Os estoques de passagem dos Estados Unidos. Acreditem, não há como absorver os armazéns abarrotados daquele país cheios do grão. As reservas ficaram intensificadas durante este período de conflito comercial com a China e, algo é certo. Cedo ou tarde, os dois países encontram algum tipo de entendimento. E, não tenho nenhuma dúvida, os chineses vão usar este argumento para pressionar o preço da oleaginosa no mundo. Inclusive, durante a trégua com os EUA, esboçaram a ação.
Então, vamos aos estoques: para a safra atual, a média esperada é de 29 milhões de toneladas, com máxima alcançando 30,60 mi/ton.

Para a nova campanha, 2019/20, as reservas caem, por conta de uma produção menor. A média deve ser de 22,34 milhões de toneladas, mínimas de 16,50 e máxima de 25,80 milhões de toneladas.


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